TODOS OS VENTOS, by Roberto Costa

O juiz de futebol Arnaldo Cesar Coelho, já demoliu o entendimento de que o zagueiro na condição de último homem deva ser expulso quando cometer falta interrompendo o avanço do atacante. Não existe isso, segundo Arnaldo.

Ontem, talvez a pretexto dessa cultura imperfeita, o desconhecido árbitro da partida entre murrinha e Atlético Mineiro desequilibrou a dinâmica do jogo ao expulsar o mais importante zagueiro do time visitante, atleta de quase dois metros de altura e, por tal contingência, também o homem forte nas bolas altas, inclusive na área adversária, onde costuma golear. Era falta típica de cartão amarelo, haja vista que praticada sem agressão ou violência ao adversário. Dali em diante o jogo mudou, quem era assediado passou a assediar, quem atacava com desenvoltura precisou adotar postura defensiva.

O time barbie reclamou de uma penalidade, definida pelos glutões do Meu Cantinho como legítima. Se legítima, como querem, então está oficializada a regra da pelada, onde bola na mão ou mão na bola é tudo a mesma coisa, pois o toque resultou acidental, por obra de um escorregão do zagueiro. 

Ah, mas o Levir reconheceu o pênalti, hão de dizer, mas do banco onde se encontrava o treinador não deve ter percebido o escorregão de seu jogador, que as imagens via TV confirmaram. A verdade é que depois que a CBF meteu-se a legislar sobre a matéria ninguém passou a entender mais nada, e os juízes apitam o que lhes convém. 

Com elegância e polidez Levir discordou da expulsão de seu atleta.O árbitro também se omitiu na hora de expulsar Leandro Silva, já amarelado e que aos 36 do segundo tempo praticou falta violenta por trás. 

Ao final, o gol da vitória, de autoria do "elevado" Marcão, que por razões óbvias estaria sob marcação intensa do zagueiro expulso, atleta eficaz e de estatura compatível para disputar com o atacante barbie. Todos os ventos, naturais, ou não, ajudaram o murrinha...

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Luiz Henrique