DEU PRA NOSSA BOLINHA, by Roberto Costa

Ainda que certos inesperados já registrados na história do futebol, casos de ressuscitamento de equipes dadas como mortas tenham acontecido, é claro que podemos começar a pensar com seriedade na série B de 2016. Deu para a nossa bolinha.

Procuro elementos para escrever e vejo que para falar desse final trágico, vou ter de repetir argumentos já usados, porque as coisas no Avaí, no que toca ao futebol propriamente dito, foram sempre geridas de forma nebulosa, torta, e a mudança profunda, reclamada e necessária, ocorreu tardiamente e resultou em mais do mesmo. Cabia a Cabral ser ousado, mudar as coisas pra valer, surpreender a tudo e a todos, mas foi tímido.

As regras do jogo futebol não mudaram, as dimensões dos campos, ou das traves, não mudaram, o jogo segue sendo o mesmo, com as mesmas regras. O que mudou  foi o foco de interesse, os objetivos visados, que não são conquistas esportivas, mas sim a satisfação de empresários. O Clube serve ao empresário, e o treinador é a ostra, entre o mar e o rochedo, ou alguns até, quem sabe, compactuam com esse sistema.

No Avaí, apesar da pouca qualidade técnica de vários jogadores, eu creio que nenhum esforço foi dirigido para que um grupo se consolidasse como a melhor equipe, no verdadeiro sentido do vocábulo. Não, no Avaí ninguém nunca encontrava lógica, ou nexo na permanência e menos ainda na saída de certos jogadores do time e assim, como conseguir conjunto, espírito de equipe?

Um rodízio idiota prevaleceu sempre. Neste Avaí, a impressão é que é importante ser inexpressivo para seguir jogando. Não render é a palavra chave para quem quiser permanecer no grupo titular. Jubal, reconhecido por todos, deu mais consistência à defesa ao lado de Antonio Carlos, mas foi só sair por suspensão não retornou, perdeu a vaga para Emerson, um ex-grande-jogador. Impossível entender essa do Cabral. Assim também com Adriano, Rudnei, Everton Silva, Léo Gamalho, este um grande desperdício nas mãos de Gilson Kleina.

Também acho que com um goleiro melhor teríamos melhor sorte. Vagner faz algumas defesas de vulto embaixo dos paus, mas é horrível na saída de bola, na saída de gol e fraquíssimo em colocação, ou seja, mau goleiro, um dos grandes responsáveis pela queda. Aliás, o Avaí precisa dar atenção ao seu treinamento de goleiros. Arbitragem de ontem, cartão era só pro Avaí, um boca mole que não se impôs e que deixou Fred apitar e avacalhar o jogo quando o Avaí exercia forte pressão sobre a área do Fluminense.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: site NETFLU