PROFESSOR CABRAL, A ÚLTIMA CHANCE, by Roberto Costa

Eu tenho a meu favor o fato de já ter pedido a troca de Gilson Kleina pelo Professor Cabral bem antes do jogo de ontem. Portanto, que ninguém venha dizer que ouvi o Miguel Livramento, que também diz o mesmo. Aliás, se Gilson Kleina ainda tinha algum crédito com algum torcedor, acho que ontem ele perdeu de vez.

Pra quem cogitava de entrega do jogo por parte do Atlético, a entrega saiu de onde menos se poderia esperar. Gilson Kleina, tendo a defesa mais vazada do Campeonato, neste jogo tão importante abdicou da proteção dos volantes de ofício, e com isso entregou o jogo de bandeja. Com menos de dez minutos o sufoco era grande na área Avaiana.

Nunca treinei time nenhum, mas acompanho futebol desde muito cedo e sei que não é nenhuma álgebra, capaz de dar nó nas idéias de ninguém, salvo nas no senhor Gilson Kleina.

Como se sabe, o menino Renan já não vinha apresentando a mesma eficácia à frente da zaga, mas é jogador da posição. Aí, por mais uma dessas coisas que só acontecem ao Avaí, esse guri de dezoito anos sente uma contratura nas costas no momento do aquecimento. Ainda pensei, quem sabe ele coloca o Rudnei, que fez boas partidas em jogos anteriores, ou o Adriano e o Avaí pode até sair ganhando com essa alteração. Eu teria colocado os dois. Mas jogar bem deve ter sido o erro do Rudnei e do Adriano, pois caso produzissem pouco teriam ficado no time, segundo os critérios do treinador. Então Kleina, que sairia com apenas um volante, que já poderia ser pouco, preferiu sair para o jogo sem nenhum. Escancarou geral, vá alguém entender.

Infelizmente o treinador cagão, senhor Gilson Kleina, parece só saber jogar pra frente apenas após tomar o primeiro gol, talvez por isso tenha escancarado a retaguarda. Com dez minutos de jogo de novo a tragédia estava desenhada. O time enfiado dentro da própria área, o jogo só acontecia no nosso campo e para confirmar o absurdo da estratégia de Kleina, nesses poucos minutos iniciais já André Lima, o nosso centroavante, o homem com quem contávamos para fazer nossos gols, salvava em cima da linha um gol do adversário. Não há lógica nenhuma que prospere em favor do treinador.

Sinto coceiras por todo o corpo, por ter de fazer coro com Miguel Livramento, mas após 7 jogos sem vitória e muitos desatinos, só há realmente uma atitude lógica, capaz de ainda salvar a lavoura, é entregar o comando da equipe esta semana ao Professor Cabral, porque Gilson Kleina está totalmente perdido. 

O time pode ter deficiências, mas se melhor trabalhado possibilidades existem. O momento exige também a pressão, o clamor do Conselho Deliberativo em favor de Cabral. Que o Conselho dê sinais de vida, que marque presença apoiando a ideia, não economizando esforços para convencer o presidente a implementá-la. Professor Cabral, é a última chance. 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC