A HORA DA POLÍTICA, by Roberto Costa

Outro dos nossos grandes problemas, é que o Avaí é fraco perante a política vigente na CBF, praticamente não existe nesse contexto, não se esmera em trabalhar essa coisa, em fazer as médias necessárias com os homens certos, e quem não aparece não é lembrado. 

Na Ressacada, acreditam em Papai Noel, não desconfiam de nada, não deduzem nada das coisas conforme vão acontecendo e fazendo sentido, ou pouco se importam, parece. Atropelam-nos das mais vergonhosas formas e tudo é assimilado sem sequer um arremedo de reação, nem um ai se ouve.

Ora, como vimos uma vez mais, as intervenções salvadoras ocorrem nos últimos jogos do campeonato, já disse isso e quem não tem apoio na política dentro da CBF, como ocorre com o Avaí, serve de boi de piranha, é mapeado pra corte.

Com todas as deficiências técnicas e com todo o atraso de salário, o Avaí iria classificar, os jogadores queriam, se esforçaram no final e as chances eram boas, mas aí, sem proteção alguma da políticagem intra CBF, botaram em momento estratégico o árbitro Daronco pra segurar a zebra, ou seja, não deixar o Avaí ganhar em Chapecó, um jogo chave, e o cara, dito o melhor do campeonato, fria e "caradepalmente" apitou uma coisa qualquer que não foi a validação do gol legítimo do Rômulo, o que significou nossa queda. 

Nem auxiliar, nem quarto árbitro se tocaram de dizer que o lance fôra limpo, nossos jogadores, que só de olharem para os árbitros já recebiam cartão, se contiveram, e a safadeza se confirmou.

Disputávamos com o rival a vaga e mesmo assim as bocas da Ressacada mantiveram-se fechadas acerca do pênalti vergonhoso dado de presente em Campinas, e que nos prejudicava. Também lá não houve quarto árbitro que se movesse, que apontasse o erro, como vimos acontecer num pênalti mal apitado contra o Cruzeiro, no nosso salão de festas. O quarto árbitro tomou a frente dos acontecimentos e anulou, não só o pênalti, mas também o cartão vermelho contra o jogador do Cruzeiro. Porque era o Cruzeiro.

Silenciosos, cabeças baixas, nós sempre assumimos os prejuízos, os de competição e os financeiros, esses, gravíssimos, como sabemos.

Aos amigos, portanto, um pênalti inexistente em Campinas, em momento mais que estratégico, e uma bolada de mais de 30 milhões para administrar em 2016.

Aos amigos, as benesses da lei, aos inimigos, ou ausentes, ou relaxados, ou diletantes, os seus rigores.

O Avaí precisa conquistar algum espaço no contexto político da CBF. Quem sabe o momento seja bastante oportuno. Essa de entrar todo ano de sangue doce, sem um mínimo de proteção, precisa acabar.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC