segunda-feira, 17 de outubro de 2016

SCARPELLI, O JOGO E A MÍDIA, by Roberto Costa

Digamos que no jogo de ontem, no Scarpelli, jogo ainda em zero a zero, Rafael Moura entrasse pelo meio da área do Palmeiras em direção à bola que vai à frente e fosse atropelado por trás por um atleta do time do Estreito e o árbitro mandasse seguir o jogo. A mídia da ilha abriria o verbo, faria um emocionado comício de condenação do árbitro, com todos os temperos da suspeição. Alguém acha que seria diferente?

Pois aconteceu no primeiro tempo, só que na área do time do Estreito. Dudu do Palmeiras projetou-se área a dentro e foi atropelado por trás por um defensor adversário. A imagem é clara, nenhuma intenção de tocar a bola, que estava fora do alcance do defensor alvinegro, apenas a carga por trás sobre Dudu, jogando-o ao chão. Incompreensivelmente o árbitro deixou seguir o jogo e aí começou a prejudicar a própria arbitragem. A mídia da ilha espertamente não ocupou-se desse lance, pelo menos com a importância que merecia. E quando a mídia não repercute, para a massa resulta como não acontecido. E assim foi.

Todos os três pênaltis ficaram caracterizados, os dois favoráveis ao Palmeiras e o outro favorável ao time do Estreito. A filmagem tomada da linha de fundo mostra claramente o choque do braço sobre o pescoço do atacante, no único pênalti assinalado, a favor do time paulista. Trata-se de falta que fora da área é sempre assinalada e com frequência resulta em punição por cartão. 

As ocorrências do jogo ganharam o noticiário nacional, pela importância do Palmeiras e do Flamengo e as opiniões variaram ao sabor dessas duas paixões.

A turma da janta tascou o verbo, comentários ácidos, inflamados, daqueles de veias do pescoço exaltadas, a palavra vergonha estalando no ar. O Palmeiras não jogou, a derrota do time do Estreito totalmente na conta do árbitro. 

Não lembro de tê-los visto assim indignados, no final da Série A, do ano passado. Não os vi, esses que ontem posaram de éticos, criticarem com a mesma indignação e suspeição o bandeirinha daquele que ficou conhecido como o pênalti de cabeça. Não vi nenhuma indignação desse porte, nem a palavra vergonha lançada sobre Daronco, mandado a Chapecó para impedir que o Avaí vencesse a Chape e conquistasse os três pontos de sua permanência na série A. Nenhuma suspeita sequer foi levantada. Daronco, com a autoridade do nome, anulou o gol límpido de Rômulo, na maior frieza e safadeza, pegou o avião e tranquilo foi embora pra casa. E o time do Estreito manteve-se. E ainda reclamam.


* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Cesar Greco/Palmeiras/Divulgação

4 Comentários:

Sergio Nativo disse...

Isso é desespero de time que vai cair. O segundo gol anulado que talvez desse a vitória ao Coritiba foi mal anulado. Ficou visível que o jogador toca antes a bola para dentro do gol e na sequencia atinge o goleiro. Gol legal. Sem contestação por parte da mídia a serviço do time alvinegro. Contra o Palmeiras se o arbitro assinalou o pênalti teria que ter expulsado o zagueiro. Nada comentado pela mídia. No jogo do Avai contra o Atletico GO o pênalti Mandrake que mudou a historia do jogo e pode mudar a historia do acesso não ouve esse alvoroço todo. O mesmo ocorreu com os dois lances de mão na bola dentro da área do Tupi que podia aumentar nosso saldo de gol. Além de nada comentarem, estranhamente não aparece nos melhores momentos. É triste ver Roberto Alves que tem historia na crônica da capital ser leviano ao chamar o arbitro de mão grande. Que falta de profissionalismo e baixo nível de nossa mídia para defender um clube que a três anos esta para cair.

Unknown disse...

E ano passado só não caiu por causa da (mão) grande.

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