AVAÍ, JORGE FERREIRA, COLO-COLO, by Roberto Costa
O Tarnowsky fez o registro, no sábado próximo passado, do título catarinense de 1973, com foto do time.
Recordar é viver, é se comprazer. Eu estava presente naquela noite da conquista, na geral de cimento do singelo Adolfo Konder, Pasto do Bode para os íntimos.
Tínhamos uma raposa como treinador, Jorge Ferreira, que celebrizou-se em Santa Catarina, amealhando títulos no comando dos dois clubes da capital. E daquele time campeão, pelo menos sete jogadores seriam titulares em qualquer formação do Avaí dos tempos atuais: Rubão, Rogério, Ari Prudente, Balduíno, Toninho, Zenon, e João Carlos.
Apesar dos craques presentes no time azurra, o Juventus foi um adversário combativo, comandado pelo bruxo Lauro Búrigo, o que explica o resultado apertado, 2 a 1. O gol da vitória, e do título, além do júbilo pela conquista, acrescentou um realce extra, o fato de ter sido de autoria de Balduíno, cabeceando do miolo da área, em meio a diversos adversários de elevada estatura física, o que levou todos a uma explosão de risos. Indiscutivelmente, um registro a mais, de "cosa" feita.
Há uma passagem, a respeito de Jorge Ferreira, que poucos conhecem. Ele treinava então o Marcílio Dias. O Colo-Colo, do Chile, veio a Floripa, e jogou com o Avaí no Scarpelli, vencendo-o por um a zero.
A estratégia do clube chileno foi nítida e muito simples. Permaneceu retraído em seu campo de jogo, deixando apenas um atacante, alto e magro, com pernas visivelmente muito longas e muito veloz, caindo pela esquerda, junto à lateral e na altura da linha divisória. Com isso, chamava o Avaí para o seu campo e quando retomava a bola, esta era lançada ao veloz atacante. Numa dessas, ainda no primeiro tempo, aquele atacante foi lançado, venceu seu marcador e ninguém mais o alcançou, fazendo o gol único do jogo que deu a vitória ao Colo-Colo, que tinha outro amistoso programado em Itajaí, contra o Marcílio Dias, na quarta-feira seguinte.
Jorge Ferreira assistiu ao jogo, estudou o Colo-Colo em sua vitória sobre o Leão. Resultado, na quarta-feira o singelo Marcílio Dias obteve expressiva conquista, goleou por 4 a 1 o Colo-Colo.
O que fez Jorge Ferreira? Colocou seu time também totalmente atrás, não saiu para o jogo. Quem assistiu disse que a torcida Marcilista apupava o time, mas Jorge Ferreira não se abalou. Nesta circunstância, o Colo-Colo vendo-se diante de um time "covarde", saiu pra cima do Marcílio, e caiu em sua própria armadilha. Tomou o primeiro gol e abalou-se, e tentando empatar, tomou a goleada. Simples e eficaz, a artimanha de Jorge Ferreira.
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