segunda-feira, 19 de junho de 2017

NO BAILE DE DEBUTANTES, by Alexandre C. Aguiar

Não preciso mais escrever. Daqui pra frente, basta fazer um copiar e colar de minhas postagens, porque a continuar esta pasmaceira de derrotas e fracassos do Avaí, e a gente dizendo onde se tomar as decisões, não será mais necessário gastar fosfatos para fazer um texto novo. É o mais do mesmo, jogando como sempre e perdendo como sempre.
Cansei de dizer que estou certo. Não quero mais falar que isto ou aquilo vai ocorrer. Tenho bronca dessa postura de professor de deus ou de afirmar que o futebol é simples de se diagnosticar, basta observar. Mas, o “caso Avaí” tá mais fácil de prognosticar e de acertar do que ganhar na mega-sena acumulada e jogando todas as probabilidades possíveis.
A propósito, no ano passado, assim que o Avaí conquistou o acesso (e que foi graças, em 90%, ao goleiro X-Men Renan), eu afirmei para algumas pessoas que seríamos o candidato natural a ser rebaixado. Como sempre, fizeram troça, riram da minha cara, naquela postura natural de quem não quer ver a realidade, mas o fato está aí, está se confirmando.
Aliás, torna-se engraçado que alguns torcedores que se acham “donos do Avaí” acharem ruim se estar apontando a mesmice de sempre no clube, quando as ações agora poderiam ser diferentes. Já tivemos dificuldades bem mais sérias, é bom que se diga. Alguns nem sabem o que era ir aos jogos do Adolfo Konder ou torcer desbragadamente nos tempos de Série C, na Ressacada, em noites de frio siberiano junto a não mais que duzentas almas, ou numa tarde de calor satânico, quando só você, os quero-queros e outros dez teimosos iam aos jogos.
Não sou iludido. Vejo com olhos de realidade as coisas se ratificando. O discurso fácil de dirigentes frouxos e incompetentes visa só uma coisa: ganhar seguidores. Os cartolas alvicelestes adoram fazer pose para câmeras, querem ter a mídia do lado e incentivam o bom-mocismo daqueles que podem também se transformar em empregados do clube, se seguirem a cartilha orientada dentro das salas acarpetadas do estádio de tijolinhos a vista. E enquanto essa postura for sendo continuada, esconde-se a fraqueza, a inércia e a incapacidade de se fazer algo mais ambicioso. O time em campo é que precisa de esforço e não as vaidades.
Eu sempre achei que quando para um time de futebol se afirmasse categoricamente que iria entrar num campeonato com o intuito de lutar para não cair, o verbo LUTAR seria conjugado como deve e ao extremo. Lutar significa ser decisivo, é combater, brigar, trabalhar com afinco e usar de todas as forças para atingir o objetivo. As forças existentes e aquelas a serem buscadas. Mas já antes da décima rodada estamos no fundo da tabela e sem perspectivas de sair dali por um bom tempo.
Enquanto o futebol brasileiro se mostra equilibrado, acabamos perdendo ou empatando para times ridículos, tanto quanto o nosso. Uma LUTA um pouco mais forte e a situação seria diferente, mas a falta de competência técnica é gritante e não há nenhuma esperança futura. Perdemos para os ridículos? Esperem o que virá diante dos bons. Se alguém está vendo algo diferente disto no time do Avaí, então eu estou em outro planeta, em outro mundo e vejo algo totalmente fora da lógica.
O Avaí se comporta como aquelas debutantes, que são apresentadas na sociedade burguesa para as demais famílias. Entram no salão olhando para tudo e para todos, olhares compenetrados, sorrisinhos fáceis, são bonitinhas e simpáticas, mas sequer sabem o caminho para a toalete, ou como cortar o bolo do baile. Inocentes e frágeis, tremem nas saias.
Afirmo, portanto, categoricamente: tire-se Jocely dos Santos já e Claudinei agora, por incapacidade e inércia. Um por não compreender como funcionam os vestiários, o outro por não compreender como fazer um time jogar o básico. O básico, sabe o que é isso? E tragam um treinador que queira vencer, sem jogar na retranca e lute para, ao menos, se for rebaixado, jogue algo próximo ao que se classifica como futebol.
A continuar assim, vamos ser presas fáceis e ser rebaixados sem dó, como deve ser para aqueles que não lutam. E eu ainda não errei nos prognósticos neste ano.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC e proprietário do blog Força Azurra. Foto acima: Clube União/Espumoso-RS

4 Comentários:

Carlos avaiano disse...

Xará, após o empate na primeira rodada, fiz um curto comentário resumindo praticamente o seu pensamento de hoje, e fui chamado de asno, idiota etc, só imagino do que o chamarão após lerem sua versão.

André Tarnowsky Filho disse...

Carlos Avaiano,

Bola pra frente!
Já disse que tens o espaço que quiseres...

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