domingo, 24 de setembro de 2017

UM BOM RESULTADO, by Roberto Costa

De novo, como em todos os jogos deste segundo turno, mais uma vez impusemos a forma, o desenho do jogo. Cedemos a bola ao adversário, como se a usássemos na condição de isca. A estratégia, atrair o adversário, fazê-lo avançar sobre nosso campo e, retomando a posse da bola, surpreendê-lo em contra-ataques, para estabelecer vantagem no marcador. Obtida a vantagem, a lógica consiste em manter o resguardo à defesa e insistir nas esporádicas investidas visando um segundo gol, que normalmente é aquele que "mata o jogo."

Já todos que acompanham o andamento do Campeonato identificam o Avaí como o time que joga sob essa postura.

Aos dezessete minutos de jogo, o que era teoria começou a tomar forma, a ganhar foros de realidade. Num lance fortuito, um cruzamento enviesado e despretensioso de Pedro Castro, em cobrança de falta pela esquerda, a bola atravessou toda a área, sem ser tocada, para entrar caprichosamente no canto esquerdo da meta rubro-negra. O Avaí saía à frente, num lance de rara felicidade.

Então a batalha se acirrou. O time carioca, jogando sob os olhares de sua torcida intensificou a pressão, ocupando o espaço em torno à área do Leão, tentando furar o ferrolho estabelecido pelo treinador Claudinei, ora mediante tabelas, ora por meio de cruzamentos sobre a área. A todas essas investidas rubro-negras nossa defesa conseguia superar, para desespero dos atacantes adversários. 

Tudo parecia indicar que a vitória Avaiana iria se consolidar, que os vibrantes defensores do time azurra, em grande noite, entre os quais o Goleiro Douglas, não seriam sobrepujados, e que só um acontecimento fortuito e inusitado poderia alterar essa tendência.

E o acontecimento fortuito e inusitado se fez presente. Rodinei, sim aquele, cria da Ressacada, conseguiu o gol de empate, da única forma que àquela altura do jogo o gol seria possível, um chute indefensável, de fora da área, com a bola no ângulo superior, batendo na trave antes de ganhar o fundo das redes. Era a única forma de vencer o Goleiro Douglas. Ah, e foi com o pé esquerdo, que ele só usa pra pegar o bonde. Rodinei, o largo, esquecido dos tempos de Ressacada, ainda comemorou com a torcida carioca. Poderia ter tido a altivez de expressar apenas um solene e comedido sorriso, como vi fazerem nas mesmas circunstâncias, alguns grandes craques. Mas foi um bom resultado.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto cima: Gilvan de Souza/CR Flamengo

2 Comentários:

AdrianoBasco disse...

Framengo é freguês! Só não as duas pelo apito amigo!O centroavante deu duas tesouras e ficou por isso mesmo...

André Tarnowsky Filho disse...

Adriano,

Quer queiram ou não, a camisa sempre interfere contra equipes fora do eixo RJ-SP...

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