MAICON NA MEIA, by Roberto Costa
Como é que se compõem dois times pra fazer-se uma pelada? Quem bateu bola pelos campinhos e terrenos baldios quando garoto sabe. Dois disputam no par-ou-ímpar, geralmente dois goleiros e quem ganha escolhe o primeiro jogador para ser do seu time, escolhe o melhor, é claro. Então é a vez do que perdeu escolher o melhor entre os restantes, e assim vão se alternando até que todos sejam escolhidos. (Não é nada gratificante ser o último escolhido, mas faz parte.) Com essa alternância os times saem mais ou menos equilibrados. Mas o importante é saber escolher e conseguir o maior número possível de bons pro seu time.
Pois eu acho que esse critério daria certo no Avaí atual. Erroneamente os treinadores respeitam demais o fato de cada jogador ter uma posição específica. É claro que isso é importante, mas há momentos em que uma improvisação pode resolver melhor que um reserva da posição. Capa, por exemplo, pode fazer um ponta avançado tranquilamente, sem obrigação de retornar para marcar. Betão, e Aírton, tenho certeza que fazem com competência uma cabeça de área, inclusive saindo pro jogo. Alemão já fez a lateral direita e melhor que Leandro Silva. Alemão bem que pode retornar e o miolo ser composto sem problemas por Betão e Aírton.
O bom jogador, o que tem domínio de bola, que consegue raciocinar com ela nos pés, esse joga em duas, três ou mais posições. Veneza ilustra bem isso que afirmo, era rei, esbanjava categoria no meio campo. Colocaram-no na zaga por necessidade e ali permaneceu, esbanjando elegância, ganhando todas, batendo só na bola.
Por que fiz esse introito? Porque Marquinhos não aguenta os noventa minutos e a sua capacidade de distribuir o jogo com qualidade no passe é crucial para o Avaí. Então, se Claudinei jogou pelada quando era garoto, talvez possa concordar com a tese e reservar o Maicon no banco, pra substituir o Marquinhos na meia, quando ele cansar. Sim, Maicon, que mostrou o seu apuro técnico de jogador de Seleção, sua grande intimidade com a bola e também o passe perfeito, contra o Bahia. Com isso, alguma qualidade fica mantida no meio campo, por todos os noventa minutos. Quem sabe alguém leva esta sugestão ao Claudinei?
* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Léo Munhoz/Ag. RBS







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