GARRA E SORTE NA VITÓRIA EM CRICIÚMA, by RC
A vitória do Avaí ontem, fora de casa, sobre o Criciúma, teve assinatura do Claudinei. O gol conquistado no primeiro minuto e o resultado mantido com o time recuado, resistindo à base de sufoco, até o apito final.
A torcida não gosta do sistema de jogo do Claudinei, também já teci minhas críticas contrárias, mas diante do que se viu no jogo, fica-se com um nó no pensamento: Com os valores individuais que tem, o Avaí pode jogar diferente, sobretudo em jogos fora de casa? Avançando o ataque, nossos homens de frente têm futebol pra manter a pressão sobre a defesa adversária e assim melhorar a nosso favor a relação tempo de posse de bola? Ou jogando pra frente vamos apenas criar avenidas de acesso às nossas redes? São questões de difícil resposta, coisa afeta à dimensão do imponderável do futebol.
Ontem, como vimos, Claudinei optou pelo conservadorismo, manteve a sua velha estratégia e deu-se bem, trouxe pra casa os três pontos, mas temos de convir que contou também com uma generosa dose de sorte, o time tomou duas bolas na trave e qualquer das duas que entrasse complicaria ainda mais o jogo, com consequências imprevisíveis. Não se pode deixar de reconhecer que a vida de treinador de time de parcos recursos é, com toda certeza, muito espinhosa.
Ainda que a sorte tenha bafejado o nosso time (ufa!), é claro que não se pode deixar de louvar a aplicação, a raça, a vontade de ganhar mostrada em campo pelos atletas. Na defesa, Kozlinski, Betão e Alemão jogaram um bom futebol e João Paulo, animado pelo gol importante que fez, também. Guga não está totalmente pronto. Gostei da garra do Judson. Lourenço ficou devendo.
Getúlio, o mesmo que conseguiu o pênalti no clássico, merece um parágrafo à parte. Foi, dos garotos, o que melhor se apresentou, cavando a falta que originou o gol único do jogo. Parece um jogador de bons predicados, veloz, esperto, difícil de marcar e quase deixou sua marca nas redes do Criciúma, tocando de primeira um cruzamento da esquerda, a bola passando a um palmo do poste direito. São importantes, valiosos, os atacantes que sabem bater de primeira.
A propósito, a expulsão de Getúlio deu-se apenas por essa mania de compensação de certos árbitros. Quando expulsam um jogador parecem sentir-se na obrigação de expulsar um adversário. O toque na perna do jogador do Criciúma, se é que houve, não caracterizou falta violenta, para cartão; ele, jogador, viu que não alcançaria mais a bola, então, depois de quatro passos sem cair, jogou-se ao chão.
Triste ironia, tivesse o Leão vencido os dois jogos em que era amplamente favorito, Inter de Lages e Concórdia, seria hoje líder isolado e invicto do campeonato, com dezesseis pontos somados.
* Roberto Costa, o RC, é associado do Avaí FC. Foto acima: Caio Marcelo/Criciúma EC
4 Comentários:
Sempre muito boa a observação de jogo do Roberto Costa. Tem futuro para treinar o Leão. Abraços.
Agradeço ao George pela confiança em mim depositada.
A gente comenta sem a vivência, sem nunca ter participado da prática e dizem que na prática às vezes a teoria é outra.
Mas acho que se o Claudinei, assim como fez o Silas, de repente adotasse o 3.5.2, o time deslancharia. E ele tem 3 bons zagueiros pra jogar sob este sistema. - RC
Dr. George,
Competência não lhe falta.
RC sabe muito!
RC,
Podes deixar a modéstia de lado...
Concordo contigo que poderíamos adotar o 3-5-2, mas nos faltam laterais...
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