domingo, 29 de abril de 2018

BENVINDO GENINHO, by Roberto Costa

Geninho nos tirou de um porão escuro para uma manhã de sol. Não fui muito simpático à sua contratação, mas comecei a mudar de ideia quando decidiu-se pelo sistema 3.5.2, que defendo desde o ano passado, e também por sua entrevista depois do jogo de ontem, quando diz que não se prende a coisas definitivas, ou seja, se amanhã a experiência mostrar a necessidade, muda de esquema de novo. É atitude sensata, em oposição ao bem intencionado, mas estratificado Claudinei. Que alívio foi ver o time jogar com ambição, procurar o gol, ter maior posse de bola que o adversário. 

Muito bom ouvir Geninho comentar jogadas frustradas de Rômulo e dizer que vai conversar com o jogador, orientá-lo, assim como a outros jogadores. Porque é fácil distribuir camisas, pôr o time a treinar e ficar gritando, mas Geninho, visa aprimorar seus comandados, fazer jus ao termo "professor", que os atletas costumam usar para referirem-se ao comandante. Telê ensinava os comandados a baterem na bola, corrigia defeitos, cacoetes. Esses realmente fazem a diferença entre treinador e Professor.

Ontem, contra o Juventude, não tínhamos a defesa enterrada dentro da área, e entretanto Aranha pouco foi exigido, o gol tomado foi acidental, saiu de um descuido, o que pode ocorrer independentemente do sistema de jogo empregado, explicou Geninho. Claro, considerado o jogo como um todo nossa defesa superou com folga o ataque adversário.

É claro que o campeonato é longo e as melancias hão de ser ainda muito agitadas dentro da grande carroça até se acomodarem definitivamente, e não é desprezível a popular sabedoria que diz ser o futebol uma caixinha de surpresas. Portanto, tudo pode acontecer, inclusive a derrocada de qualquer equipe que esteja nas primeiras posições, ou a recuperação de outras em situação precária, campeonatos passados comprovaram isso. 

Começo a botar fé no Geninho, na postura nova que deu ao time, no seu caráter observador, na calma que irradia e no seu ar de homem que privilegia o racional, a flexibilidade, porque de cabeça dura já não aguentávamos mais. 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto acima: Arthur Dallegrave/EC Juventude 

4 Comentários:

Unknown disse...

Vimos, no sábado, um Avaí mais consciente em campo, mais solto, mais preocupado em partir para o gol adversário, do que em insistir naquela fixação absurda em se defender acima de tudo, com todo mundo atrás do goleiro.
Deve-se considerar, sem tirar o brilho de nossa vitória, que o Juventude não foi um adversário dos mais perigosos, claro, em parte, pela nossa atuação mas, de qualquer modo, precisaremos de vários jogos, para confirmar esta melhora dentro de campo.
Precisamos de um meia que pense o jogo e arme nosso ataque, precisamos de alguém que chute bem de fora da área, precisamos nos livrar daquelas contratações mal feitas.
Ficou bem claro, entretanto, que esta vitória, do modo como foi construída, encheu de esperança a torcida avaiana, que trocou a "descrença" pelo "acho que dá pra subir".
É muito cedo, tem muito jogo aí pela frente mas, parece, que estamos começando a trilhar um caminho mais firme, menos acidentado.
Byghal.

André Tarnowsky Filho disse...

Byghal,

Sim, não vamos desvalorizar a vitória, mas é bom não se empolgar demais...

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