COPA, AS PRORROGAÇÕES E O VAR, by RC

França e Croácia na final, quem diria?

Vou torcer pelos croatas, embora reconheça alguma superioridade na equipe francesa. Um pouco por aquela particularidade de quase todos nós, de torcer pelo mais fraco quando nosso time está fora da contenda, um pouco também porque os franceses, se vencerem, estarão conquistando a segunda Copa, e um pouco mais porque ficará mais complicado suportar-lhes a empáfia.

Há coisas na Copa que precisam ser melhor pensadas. Por exemplo, pra que servem as prorrogações, senão apenas para provocar estafa e maior risco de lesões nos atletas, em especial as musculares, de mais lenta recuperação?

 E como não bastasse, elas são um fator de desequilíbrio na disputa. Em futebol de alto nível o desgaste é profundo, então quem disputou prorrogação leva desvantagem contra quem não disputou, os últimos quinze minutos do jogo seguinte são cruéis. Imaginemos então a situação da Croácia, que vai repousar um dia a menos que a França, - que jogou um dia antes - além de já ter participado de três desgastantes prorrogações. É claro que a decisão imediata, mediante cobrança de pênaltis, é bem mais humana e contribui para o equilíbrio da disputa.

Agora temos essa inovação tecnológica, a implantação do VAR. A novidade é importante, capaz de esclarecer detalhes que escapam à observação dos árbitros, mas precisa funcionar sob normas mais inteligentes, capazes de restringir ao mínimo possível as injustiças. Por exemplo, num lance capital, como um pênalti reclamado, a observação do lance com o recurso do VAR deve ser obrigatória. 

Nossa seleção talvez estivesse ainda disputando a taça, se o pênalti cometido sobre Gabriel de Jesus, no jogo  contra Bélgica, tivesse passado pelo crivo do VAR. Mas entre o VAR e o interesse na verdade, havia alguém mais forte.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC