VANTAGENS DEMAIS PARA A FRANÇA, by RC

A França foi a Campeã da Copa, levou a taça, mas a Croácia jogou mais. Claro, enquanto teve gás.

A organização da Copa, definindo o sistema de prorrogações para decidir as partidas que no tempo regulamentar terminassem empatadas, na verdade criou uma forma de estabelecer desequilíbrios nas disputas.

O caso da Croácia foi exemplar. Seus jogadores por três vezes viram-se na situação de jogarem mais trinta minutos após noventa jogados, ou seja, três jogos seus duraram duas horas. Era muito claro que seu oponente, no caso a França, que não jogara nenhum tempo extra, estava sendo fortemente beneficiada e que iria aproveitar-se de tal situação, como de fato aconteceu, não se expôs no primeiro tempo, deixou a Croácia correr. Como se não bastasse, a França ainda teve um dia a mais de descanso.

É totalmente absurdo que um jogo, ou dois, ou até três jogos, como foi o caso, possam influir pela extensão do seu tempo, decisivamente no jogo futuro, ainda mais quando esse jogo futuro é o decisivo do título de campeão. Na metade do segundo tempo se fazia visível a queda do rendimento físico dos jogadores croatas.

Nenhuma razão plausível justifica a manutenção das prorrogações. Será muito mais justa, nas próximas Copas, a decisão por cobrança de pênaltis imediatamente após os noventa minutos regulamentares do jogo.

Outra questão reside na utilização do sistema VAR. A França obteve um pênalti importantíssimo por confirmação de vídeo. Então fica a pergunta, por que numa decisão de máxima importância como a Copa do Mundo, a contestação pelos jogadores de uma falta perigosa nas imediações da sua área, não dá direito à revisão pela eletrônica? É pacífico o entendimento da mídia, de que a falta que originou o primeiro gol da França foi simulada pelo atacante Griezmann. 

Foram vantagens demais para a França. O time Croata é muito bom. Em condições iguais... 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Foto: Getty Images