CATARINENSE 2019: JOINVILLE, by Rodrigo Santos

JOINVILLE ESPORTE CLUBE
Fundação: 29 de janeiro de 1976
Cores: Vermelho, Branco e Preto
Estádio: Arena Joinville  (Municipal)  - 22.000 lugares
Presidente: Vilfred Schapitz
Técnico: Zé Teodoro

Ranking "BdR" 2018: 5o. Lugar

Catarinense 2018: 6o. Lugar

Falar do Joinville na última temporada renderia um livro, de tanta história. Afinal, o time que há quatro anos vivia a expectativa de disputar a Série A hoje está melancolicamente esperando a chegada da Série D, e ainda entrando no estadual com a missão de, ao menos, garantir uma vaga no Brasileiro do ano que vem, caso não suba neste ano. A situação do JEC é calamitosa: deve pra um monte de gente (até pra ex-presidente), viu essa dívida aumentar de forma exponencial em pouco tempo e, de quebra, tem que apertar o cinto do jeito que dá pra montar o time e, principalmente, ter como pagá-lo. O dia-a-dia dos dirigentes não está fácil: nos últimos dias, pipocaram ações na justiça do trabalho de jogadores pedindo a liberação automática e de ex-jogadores cobrando verbas não recebidas e até pedindo o bloqueio das contas do clube. Cada dia um pepino diferente para o presidente Vilfred Schapitz descascar.

Passada a Série C e a Copa Santa Catarina, onde o time teve uma campanha terrível, chegou a hora de planejar 2019. O homem forte do futebol tricolor, Agnello Gonçalves, chegou a apresentar um discurso bonito, pedindo calma, dizendo que os reforços de qualidade viriam. Mas a partir da chegada do ex-lateral Zé Teodoro, o panorama mudou. Quando assumiu, espalhou um discurso um pouco diferente, realçando suas qualidades de montar times "bons e baratos" e até de convencimento em trazer jogadores dentro da realidade complicada do clube. Aos 55 anos de idade e passagens recentes por clubes do nordeste e centro-oeste, o técnico é o capitão de um processo de recuperação da auto-estima do clube como um todo. Mesmo com caixa bem limitado e com tudo de ruim que aconteceu nos últimos anos, ele injeta um pouco de motivação e acredita na receita de montar um time de folha reduzida, mas que pode dar resultado lá no Campeonato Brasileiro.

A renovação no elenco do JEC foi muito profunda. Se por um  lado atletas saíam por via judicial buscando outros ares, na outra porta chegaram atletas em lotes. É um time alto, com grande maioria de jogadores vindos do Nordeste, mercado que Zé Teodoro diz conhecer bem. E com o tempo, o torcedor vai acostumando com nomes como o do lateral Arêz, os zagueiros Vitor Baffana e Marlon, o volante Leandro Bulhões e os atacantes Wellington Rato, Caxito e Rodrigo Figueiredo (este último vindo do Corinthians, por empréstimo sem custo). Ainda que sua situação não esteja oficialmente definida, a torcida espera que o atacante Rafael Grampola,que retorna de empréstimo do Paraná, mostre seu talento e marque muitos gols. A diretoria garante que tem previsão de caixa para pagar o seu salário, mas também busca um clube para repassá-lo. Enquanto isso, ele deve defender o tricolor no Catarinense.

O Joinville é a maior incógnita desse Estadual. É clube de torcida, sem dinheiro, e que foi ao mercado atrás das melhores opções com baixo preço. A grande maioria dos novos aletas nunca ouvimos falar. Na situação atual, o JEC está equiparado à chamada turma dos "pequenos" pelo baixo investimento e jogadores desconhecidos. Pode dar certo, mas também pode acabar caindo na inglória luta contra o rebaixamento. E é bom lembrar que o tricolor entra na briga pelas vagas na Série D pelo Estadual, pois caso não suba este ano e não consiga a vaga para 2020, corre o risco de ficar sem calendário. Aí a profundidade do fundo do poço aumenta ainda mais. A partir da primeira rodada, mataremos a curiosidade sobre o time de Zé Teodoro.

Fonte: blogdorodrigo.blogspot.com