UM FATOR POSITIVO NA DERROTA, by RC

Em termos de qualidade foi um dos piores clássicos dos últimos tempos. A pouca exigência dos dois goleiros - praticamente não trabalharam - atesta bem.

O Avaí, para quem tem em perspectiva a participação na série A, decepcionou profundamente. Viu-se amarrado por um time em formação, mesclado com jogadores sub-vinte. É preocupante.

O próprio Geninho parecia ter comido feijoada. Manteve pachorrentamente em campo o Daniel Amorim por até oitenta e cinco minutos de jogo, sem que este jogador tivesse feito uma só jogada razoável. Mateus Barbosa estava mal, jogava amarelado e também permaneceu, até cometer a bobagem de cavar a expulsão em falta desnecessária no meio de campo. Isso é ridículo, é despreparo, devia ser punido com advertência e multa. Se tem amarelo, cautela. Expulso pra salvar um gol? Tudo bem. Mas prejudicar o time por falta boba?!... Tem de ser punido.

O gol foi cópia daquele que tomamos contra o Joinville. Azar? De maneira nenhuma, nossa marcação está frouxa à frente da área. Jogador mediano, não precisa ser craque, entra pelo meio fazendo calor, dribla, ajeita e chuta, a zaga tenta cobrir mas também é lenta, chega atrasada, há o desvio que mata o goleiro. Se não tomarem providências, vai acontecer de novo. A falta que faz o Judson!

Um fator positivo na derrota pode ser o alerta de que temos que abrir bem os olhos, série A não é brincadeira. Avaliar a idade de nossos zagueiros, as limitações de nossa proteção à frente da área, nossa dificuldade em botar a bola pra dentro. Não temos visto jogadas ensaiadas, por certo não as temos. Não temos quem chute bem de fora da área. Marquinhos Santos tinha uma jogada ensaiada em escanteios ou faltas laterais, em que ele erguia a bola no vazio e um jogador surgia e cabeceava para dentro da pequena área, vários gols foram conquistados assim. Era interessante, cadê? Aliás, sem Marquinhos, precisamos de um novo batedor de faltas.

O jornalista Faraco uma vez mais volta a brigar com a imagem. Ele disse: "Não foi pênalti, foi um choque." rsrsrs. Alex Silva vai fugindo com a bola em direção à linha de fundo. Ora, pegando carona numa imagem de acidente de trânsito, vemos que o jogador adversário desloca-se do meio da área e abalroa Alex Silva, atingindo a lateral de seu corpo, ao mesmo tempo em que chuta-lhe a canela. Então não foi um choque acidental, foi um abalroamento intencional. No momento dessa falta o pé de Alex Silva está em cima da risca da área. A TV não deixa dúvidas, pênalti claríssimo. Acho que aconteceu antes um pênalti também em Daniel Amorim, que entrou livre pela área e foi tocado no pé, por trás, na hora do chute, caindo ao chão, mas o árbitro tinha lá seus desígnios.

Rodrigo D`Alonso, num jogo recheado de faltas, interrupções e cera, não acrescentou minuto algum no primeiro tempo, terminou nos 45, e no segundo deu apenas 3 minutos. Ou seja, apenas 3 minutos num jogo de seis substituições e polêmicas. Podem levantar o tempo de cem clássicos, pra ver quando isso aconteceu. Parecia temer o empate do Avaí.

Também ignorou a acintosa pressão do treinador Hemerson Maria sobre o auxiliar, no primeiro tempo, a TV mostrou por diversas vezes.

Não vi o lance da agressão do Betinho ao jogador do Avaí, que dizem ter sido violenta, confirmação até daquela patota amiga. Mas não me surpreende. Por outros jogos em que vi esse rapaz atuar, eu já o tinha como desleal.

* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC