Bom dia, Azurras - nº 3.346

UM FILME

Se eu fosse um amante do cinema, diria que o filme de ontem relacionado ao jogo Fortaleza 2x0 Avaí, seria "Muito além do jardim"...

Aquela história, narra um homem ingênuo, que passa toda a sua vida cuidando de um jardim e vendo televisão, seu único contato com o mundo. Ele nunca entrou em um carro, não sabe ler ou escrever, não tem carteira de identidade, resumindo: não existe oficialmente.

Quando seu patrão morre, é obrigado a deixar a casa em que sempre viveu e, acidentalmente, é atropelado pelo automóvel...

A partir dali, a vida do homem ingênuo se transforma, fato que pode ser comprovado no ótimo filme de 1979...

Fico me perguntando: quando o Avaí será atropelado para transformar essa agonia?
Foto: Leonardo Moreira/Fortaleza EC

NÃO RECOMEÇOU

Aquela tão esperada data, de reencontro com o futebol, dia de recomeço do Campeonato Brasileiro, para o torcedor avaiano ele não aconteceu. O Avaí em campo pela 10ª rodada da competição, enfrentando o Fortaleza ontem, foi até "ousado", dominante", mas nunca foi contundente...

Qual foi a grande defesa do goleiro do Fortaleza na primeira etapa? Só em chutes de longas distâncias e de "periculosidade" desconfiável...

Por sua vez, o Fortaleza foi três vezes ao gol avaiano na primeira etapa e fez um gol...

Mas antes do gol, verdade seja dita, Betão salvou um gol cearense em cima da linha, e em outra situação Luanderson tratou de salvar a "Pátria"...

E quantas chances teve o Avaí?

PECANDO NOS ERROS

Se o primeiro tempo não foi um primor, ao menos em termos de objetividade, o fato se repetiu na segunda etapa, mas com um agravante: nossos jogadores não tratam de cumprir o mais básico do futebol, a marcação...

E por isso mesmo, ainda que o Avaí tivesse mais posse de bola, foi o Fortaleza que ampliou o placar, 2 a 0, em falha de Luanderson e Vladimir.

Com a vantagem estabelecida no placar, o Avaí foi apenas uma equipe burocrática em campo, fazendo o tempo passar, e justamente depois dessa desvantagem é que João Paulo perdeu a melhor oportunidade do Leão da Ilha...

Sempre os mesmos erros...

INVENÇÃO

Não tenho nada contra o técnico Alberto Valentim, nem tantos argumentos para elogiá-lo, como fez a mídia da capital desde que ele foi anunciado, mas creio que o treinador avaiano fez algumas "presepadas" ao escalar o time...

Escalar um time com: Vladimir; Léo, Betão, Luanderson e Igor Ferandes; Pedro Castro, Julinho, Douglas e Gustavo Ferrareis; Lourenço e Brenner, é, indubitavelmente, brincar com a sorte...

E Valentim pagou por isso...

OS RESERVAS

Além da equipe titular citada acima, o técnico Alberto Valentim ainda tinha mais dez jogadores à disposição, a saber:

Goleiro (1): Lucas Frigeri;
Zagueiro (1): Ricardo Thalheimer;

Lateral (1): Paulinho;

Volantes (2): Richard Franco e Wesley;

Meias (3): André Moritz, João Paulo e Luan Pereira;
Atacantes (2): Caio Paulista e Daniel Amorim.

SUBSTITUIÇÕES

A primeira substituição no Avaí ocorreu no intervalo da partida, com a saída do lateral direito Léo para a entrada do atacante Caio Paulista, com o placar apontando 1 a 0 para o Fortaleza.

A segunda substituição veio aos 19 minutos, com João Paulo entrando no lugar de Gustavo Ferrareis, e o placar ainda marcava a vantagem cearense, 1 a 0.

A terceira e última alteração ocorreu aos 38 minutos da segunda etapa, quando Luan Pereira entrou no lugar de Julinho, com o placar já apontava 2 a 0 para o Fortaleza.

LUANDERSON NO LUGAR ERRADO

Em primeiro lugar, bom que se diga, vejo em Luanderson um jogador com muitos recursos, que caberia perfeitamente na equipe do Avaí, jogando como volante, como efetivamente foi contratado.

Estranho ver que o volante vindo do Marcílio Dias, tenha superado nos treinamentos  da intertemporada jogadores como Ricardo Thalheimer e Eduardo Kunde, que vinham atuando na equipe do Avaí...

Pior que isso, foi ver tal imbecilidade respaldada pelo "guri de recados", aquele da "pauta combinada"...

Valentim começou mal! E sabemos qual foi a "ligação"...

JULINHO

Não sei quem teve a ideia de colocar Julinho como titular. Bom que se diga, o jogador foi contratado como "lateral esquerdo", quando todos sabiam que ele vinha atuando no meio de campo, no Japão...

Como lateral, com Geninho não deu certo, e no meio também não...

Jogando como titular com Valentim, quase toda a partida, o que produziu Julinho, além do cartão amarelo que sempre recebe?

Desculpem, mas ninguém me convence que Julinho treina tão bem assim para ser titular num jogo de estreia de técnico...

PARALELO

Não há como deixar de fazer um paralelo entre o Avaí do técnico Geninho e este que entrou em campo ontem...

Diria que o Avaí esteve mais motivado, mais organizado, correndo mais, com uma postura mais dinâmica, e talvez esta, inicialmente, seja a melhor contribuição de Valentim. 

Porém, as invenções de Luanderson e Julinho macularam o trabalho, conforme comentamos acima... 

Em regra geral, diria que faltou um goleador, aquele mesmo problema de sempre, qualidade...

Pior: em termos de chances, o time de Geninho criava muito mais...




REORGANIZAR A ZAGA
A primeira atitude de Valentim, sem qualquer bajulação, é refazer o que estava dando certo e ele tratou de fazer algo que não devia...

Marquinhos Silva é carta fora do baralho, mas a zaga do Avaí era composta por Betão e mais um, ou Ricardo Thalheimer, ou Eduardo Kunde, nunca Luanderson...

Te liga, Valentim! Só carinha bonita, simpatia e pauta combinada, não tiram o Avaí do atoleiro...

Saudações AvAiAnAs!