O RECOMEÇO NÃO FOI O ESPERADO, by RC

Fico a imaginar como se deu o entrosamento do treinador Valentim com as coisas do Avaí. A quem se reportou ao chegar, para saber, ainda que por alto, das qualidades dos atletas, seus predicados, seus pontos fortes ou fracos. Talvez não tenha procurado saber, talvez tenha preferido fazer suas observações e avaliações nos menos de trinta dias de que dispôs para formar a equipe. Poderia ter colhido detalhes talvez do Evando, do experiente Betão, ou do pessoal da preparação física.

Digo isso porque, falando como torcedor, já não se esperava mais Julinho no time, nem  Luanderson, ainda mais improvisado e numa posição onde a responsabilidade é posta à prova a todo momento. Foi seu grande erro.Talvez Valentim tenha visado apenas o aspecto estatura para as bolas altas, infelizmente. Luanderson tem, ao que parece, um bom passe e talvez possa ser aproveitado e ainda crescer, mas dificilmente na zaga. Kunde, vigoroso e combativo, vinha fazendo bons jogos e bem entrosado com Betão.

Outra coisa no Avaí que desafia alguns princípios de coerência é o caso do atacante Daniel Amorim. Todos os times querem sempre ter um artilheiro, procuram vasculhar por todos os cantos à procura. Daniel Amorim prova com números essa qualidade, 14 gols na temporada, sem jogar todos os jogos, e não por diversa razão andou assediado por outras equipes querendo adquirir seu passe, até a Chape, ao que parece, e o Avaí inteligentemente não o cedeu. Mas então por qual razão não estão levando em conta os números desse atleta? Já acontecia com Geninho essa besteira, essa queimação. Ora, matador não precisa esbanjar categoria, tem é que ter presença de área e botar pra dentro quando a bola pintar à sua frente.

Vamos concordar, o recomeço não foi o esperado, mas é claro que Valentim já deu uma estrutura melhor ao time e, não fosse por detalhes, poderia ter trazido pelo menos um ponto na bagagem. 

* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto acima: Leonardo Moreira/Fortaleza EC