Bola com a base

Muito se tem falado sobre os bons valores que os clubes formam em suas bases, que por muitas vezes tornam-se solução para a equipe, que em geral não tem "caixa" para contratar um jogador pronto, aquele que chamamos de "craque".

Ontem o jornalista Rodolfo Rodrigues, jornalista da revista Placar e do ESPN, enumerou a relação dos clubes que mais utilizaram jogadores da base. O Botafogo foi o "pole position" com 14 jogadores, enquanto o Avaí aparece na 10ª posição com 5 jogadores.

A informação do jornalista não está errada, mas em relação ao Leão poderia ser reforçada. Da base tivemos no primeiro turno do Brasileiro os seguintes jogadores:

1. Eduardo Kunde;
2. Luan Pereira;
3. Lourenço;
4. Caio Paulista; 
5. Jonathan.

Com um pouco de boa vontade, poderíamos acrescentar Getúlio, negociado com o Paços de Ferreira, de Portugal, e até André Moritz, que encerrou a carreira. Ou seja, o Avaí utilizou sete jogadores formados na base.

Mas a questão não é essa, se o Leão aproveitou cinco ou sete valores da base. O que deve e precisa ser observado com o intuito de corrigir esses erros que se repetem no Sul da Ilha a cada acesso conquistado são as contratações absurdas, que nada acrescentam ao elenco avaiano, muito menos ao clube, muito pelo contrário.

Se alguém acha que estou exagerando, basta ver que Lourenço, um ilustre reserva na Série B do ano passado, atuou em 16 das 19 partidas do primeiro turno deste Brasileirão, das quais 15 começou como titular...

No último domingo, o ataque avaiano foi formado por Caio Paulista, Jonathan e Lourenço, todos oriundos da base avaiana, certamente com salários bem menores que aqueles que foram contratados para vestirem a camisa do Leão como titulares, e creio ser desnecessário citar nomes...

Não estou afirmando que devemos escalar todos os nossos jogadores da base. Não é essa a questão. Mas qual a razão, por exemplo, de não se dar oportunidade para um jogador como Wesley, quando temos um meio de campo de péssima marcação?

Esses jogadores oriundos da base por certo precisam de um amadurecimento, ganhar cancha, experiência, a mesma experiência que nossos dirigentes deveriam mostrar ao contratar jogadores, ao invés de simplesmente trazerem aqueles "boleiros" que apenas oneram a folha do clube...

Um olhar para os jogadores da base com mais confiança é tudo o que precisamos, até porque muitos deles já se mostraram em condições de estar na titularidade.