"A BOLA PUNE", by RC

O torcedor estava ciente e se manifestava, e a visão do torcedor nunca deve ser depreciada. Tínhamos um treinador que chegou e nunca achou alguma luz no fim do túnel, um novato, um teórico. Infelizmente a sua dispensa demorou demais para ser  processada.

E como o azar às vezes vem em dose dupla, tínhamos também, e ainda temos, um outro problema, também complicado, que é o da carência técnica do plantel. Somadas as duas coisas, não podíamos mesmo ir muito longe.

Pois bem, a metade do problema ficou resolvida, o Botafogo levou Valentim, (obrigado Botafogo) e o time foi entregue ao Evando, também um novato, mas com a vantagem de conhecer o plantel.

E o time do Evando mostrou-se melhor, muito dinâmico, com melhor toque de bola e surpreendentemente objetivo. O time do Evando jogou seguindo os postulados da letra do hino, com brio, como se estivesse em casa e agora faz retornar ao vocabulário do torcedor a palavra raça. Deu uma boa amostra de seu trabalho, o Evando, e inteligentemente fez inserir na equipe mais jovens valores do Clube.

Infelizmente não conseguimos vencer. Por carência de qualidade perdemos a chance de matar o jogo e, para usar um chavão do futebol, a bola pune, e foi o que aconteceu.

Sobre a questão do gol único do jogo, que deu a vitória ao Ceará, foi resultado, nos noventa minutos, da jogada exaustivamente utilizada, bola alta sobre a área. Coisa de quem pesquisou nossas limitações. 

Confesso que pelas imagens da TV não consegui avaliar devidamente o lance do gol para dizer da sua legalidade, ou não. É possível que tenha sido legal, embora cause estranheza o fato de que o árbitro tenha declinado da obrigação de decidir, deixando-a a cargo dos homens do VAR. Aliás, o senhor Lima Henrique é um árbitro que costuma complicar suas arbitragens. Prejudicou-nos no turno, contra o Vasco, quando inventou um escanteio fantasma, que resultou no gol do Vasco, no empate em um gol.

* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto acima: Stephan Eilert/Ceará SC