A ESPERANÇA É JÁ UM CAPILÉ BASTANTE DISSOLVIDO, by RC

Infeliz a jogada do Wesley. Não me parece justo condenarmos o árbitro pela expulsão. Um pisão daqueles sobre o pé de um jogador Avaiano e não teríamos dúvida em exigir o cartão vermelho, independentemente de estar o jogo em seus minutos iniciais.

O desenho foi muito claro, Wesley ergue o pé e o baixa com energia, exatamente sobre o dorso do pé do adversário. Nenhum envolvimento da bola na jogada que pudesse fundamentar a arguição de bola dividida. Não sei se o estilo do Wesley é violento. Se é, vai ter de aprender a moderar, ou, fazer sem espalhafato. Existem zagueiros que mordem como cães pequenos, vão pegando tornozelos sutilmente, aos poucos, moendo a prestações e os árbitros não percebem. Wesley pagou caro por ser jovem e impulsivo.

É claro que a expulsão  antes dos três minutos iniciais foi o lance forte, foi aquele que modificou toda a dinâmica do jogo. Todo o planejamento tático do time se perdeu, entraram em ação as necessárias improvisações. Com isso, até os quinze minutos iniciais o time do Avaí correu atrás da bola, tocadade pé em pé pelo adversário, e o Inter saiu na frente. Imaginei que teríamos que contabilizar mais uma goleada gaúcha.

Felizmente Evando parece ter identificado as deficiências e conseguiu equilibrar a equipe, que passou a levar perigo à defesa.gaúcha.

No segundo tempo, considerada a inferioridade numérica, o time foi valente, todos os jogadores se dando ao máximo, mas prevaleceu a deficiência já nossa conhecida, a incapacidade de botar a bola dentro do gol adversário. Infelizmente, já abatido pelo cansaço, o time sofreu o segundo gol, num contra-ataque onde o goleiro Vladimir teve de sair da meta, e tomou o gol por cobertura.

A esperança é já um capilé bastante dissolvido, quase sem gosto. Mas, quem sabe, o Evando opera um milagre?

* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto acima: Frederico Tadeu/Avaí FC