quinta-feira, 17 de outubro de 2019

ESSA ENTIDADE, O VAR, by RC

Se continuar a ser utilizado da forma que vem sendo, o VAR tem tudo para acabar desmoralizado.

O VAR tem momentos em que não enxerga a dez metros um transatlântico de luxo, desses tipo edifício flutuante, brancos de doer os olhos, de vários andares, que atravessam o Atlântico levando milhares de passageiros.

Mas quando quer, o VAR consegue detectar a cem metros de distância, sem forçar a vista, uma moedinha de cinco centavos perdida no meio de uma lavoura de trigo.

No jogo do Avaí contra o Inter, por exemplo, no primeiro turno, lá no Beira Rio, o VAR não enxergou o transatlântico, quando descaradamente Betão foi empurrado, jogado ao chão, à frente da pequena área, para que Guerrero, livre, fizesse o gol. Ninguém chamou o árbitro para conferir o lance, que foi tão insano que seria impossível validar o gol. Mas, afinal, era apenas o Avaí.

E ontem, quando o Flamengo perdia de um a zero para o Fortaleza, o VAR enxergou a moedinha  no meio do trigal quando chamou o árbitro para rever um lance onde a bola havia roçado levemente a unha do dedo mindinho, da mão direita do zagueiro do Fortaleza. Nenhuma intenção do zagueiro, que aliás estava de costas em relação ao sentido de onde a bola veio, cabeceada a trinta ou quarenta centímetros de sua mão. A distância era mínima, nenhuma chance do zagueiro ver a bola e evitar o choque com ela, mas o árbitro assinalou o pênalti.

A justificativa, endossada pela mídia: Ele estava com a mão erguida. Mas quando que um zagueiro ao subir para cabecear o faz com os braços colados ao corpo? Os braços, as mãos erguidas, trabalham na manutenção do equilíbrio do corpo no ar, qualquer peladeiro de fim de semana sabe disso.

O Flamengo, meio desfalcado, não repetia as suas grandes atuações e tudo levava a crer que perderia o jogo para o Fortaleza, que vencia por 1 a 0. Então Gabigol bateu o pênalti, converteu e correu para o abraço. O Flamengo animou-se, foi pra cima, fez o segundo e virou o jogo. É bom esse Flamengo!

Essa entidade, o VAR, é algo informe, sem cara para ficar vermelha, sem sobrenome, CPF ou CNPJ. O VAR é uma mão na roda para os árbitros, é como aquelas bolsinhas que os operados dos intestinos usam, podendo assimilar boa parte da porcaria que aos árbitros
seria atribuída, facilitando-lhes sair pela tangente.

* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto acima: Guilherme Hahn/A Tribuna

2 Comentários:

Pirão disse...

Flamengo vai ser campeão. "Haja o que hajar", como dizia Vicente Mateus. É preciso apagar a má impressão e a antipatia que recai sobre o clube, após a tragédia no ninho do urubu, dentre outras coisas não necessariamente ligadas ao futebol.

Roberto disse...

Ouvido de passagem, num bar do João Paulo: "O Avaí não escapa de cair pra série B.Então o negócio é perder os jogos para Fluminense e Cruzeiro, para que não caiam. Assim não teremos dois times grandes na B do ano que vem." RC

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