QUE QUEREM ESSES BOLEIROS? by RC

Depois desse jogo de ontem o Avaí precisa ser passado a limpo. Não há como protelar. A diretoria do Clube precisa mostrar presença, investigar a fundo, porque o que precisa estar íntegro, forte, preservado, parece estar rachado.

É verdade que estamos em setembro e o Clube não tem um time. Não tem por questões já exaustivamente comentadas, contratações ridículas, etc, mas as condições em que o time tomou essa goleada para o Sampaio Corrêa, lanterna da competição, dão muito mais o que pensar. Com todas as conhecidas limitações do grupo não se consegue explicar essa goleada com base em parâmetros de normalidade. Parece haver algo de estranho no ar.

Extrema displicência do goleiro Frigeri no primeiro gol. Não têm sido poucas as bolas atrasadas a ele no decorrer do campeonato. Sempre dominou com as devidas cautelas e saiu jogando com acerto. Tinha tempo de dominar, e sair jogando com calma. Podia também despachar a bola para o meio do campo. O toque mísero que deu na bola não chegaria a nenhum jogador avaiano.

No segundo gol, atacante com total liberdade pela direita, três jogadores se projetam em sua direção, porque está com a bola, todos erroneamente vão marcar a bola, portanto, e o fazem com o olho. A bola é cruzada, passa rasteira pelo interior da área e um adversário vem pela esquerda, livre e faz o gol. O chute foi forte, mesmo assim talvez defensável, em cima do Frigeri.

Terceiro gol, seis avaianos dentro da área, todos ficam olhando a bola alta, o atacante se desloca dois, três passos, ninguém o acossa, ele se aproveita e cabeceia, totalmente livre.

Quarto gol, três avaianos em linha na intermediária, todos marcam com o olho um único atacante que está entre eles, que recebe e simplesmente parte livre em direção ao gol e toca para o fundo das redes. Simples.

O Quinto gol, fatura já liquidada, foi mais uma trágica demonstração de pouco empenho, de pouco caso. Atacantes chegaram facilmente ao gol trocando passes e, frouxamente assediados, fecharam a fatura.

Lembram do jogo contra o Botafogo paulista? Não perdemos de seis por falta de sorte ou incompetência dos jogadores adversários.

As facilidades também foram totais naquele jogo. Coincidência?

Outro detalhe, nenhuma vibração nos dois gols do Avaí, jogadores olham para o chão, passeando, sem pressa, enquanto voltam para o meio do campo, e ainda havia tempo para reação. Apenas Getúlio, que é da casa e Gastón têm pressa e levam a bola para o centro.

Confiram as imagens das reproduções dos gols, são enfáticas. Resumindo, o primeiro, entregada do Frigeri e nos outros quatro, a defesa apenas observou passivamente os adversários fazerem.

Alguma reação contra as críticas da torcida? Se foi, a resposta deveria ser dada na bola, com resultados positivos, coisa de gente de caráter e com brios. Que querem, afinal, esses boleiros?

 * Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto: André Palma Ribeiro/AFC