CAUTELA E CALDO DE GALINHA...

Conforme divulgamos na Bom dia, Azurras de hoje, o Conselho Deliberativo do Avaí aprovou na noite de ontem o orçamento para o ano de 2021, em reunião realizada através de vídeo conferência. A peça orçamentária prevê uma receita total de R$ 39.197.550,00. 

 

Como coloquei, ao que tudo indica, as contas no Sul da Ilha estão sob controle, ao menos num primeiro momento, ainda que este tenha sido um ano atípico e que recentemente o clube tenha se deparado com atrasos salariais.

 

Não vi nada de anormal no texto reproduzido AQUI, publicado no site do clube, exceto pela declaração de Ivan Ecco, gestor de planejamento do clube, que repito aqui, “ipsis litteris”:

 

“...apresentou aos conselheiros um breve resumo do planejamento estratégico para os próximos anos. O planejamento estratégico 2021/2025. Dentre os elementos destacados, estão: Estar entre os 15 maiores do Brasil. Ter colaboradores qualificados para buscar resultados. Autossustentável, manter na Série A, superávit anualmente.”

 

Como assim, “planejamento estratégico 2021/2025”? Pelo que se sabe, o ano que se aproxima é o último dessa gestão que “não faz loucuras”, e certamente  haverá oposição, bem diferente de um vaidoso bebum e um desequilibrado de letras garrafais...

 

“Estar entre os 15 maiores do Brasil.” Será que está falando sério? O Avaí mal consegue estar entre os quatro da Série B e o cara vem me falar de estar entre os 15 do Brasil? Será que foi separado no parto do Alex Bourgeois?

 

“Colaboradores qualificados”? Curiosamente, a estrutura existente no Avaí Futebol Clube vem se mantendo ao longo de décadas, com raríssimas variações, diria até insignificantes. Automaticamente, se fazem sempre a mesma coisa, não há que se esperar resultados diferentes...

 

“Autossustentável, manter na Série A, superávit anualmente.” A manutenção do Avaí, como se percebeu este ano, depende muito da negociação do que podemos chamar de “prata da casa”. Ocorre que isso nem sempre acontece, até porque, fato também ocorrido este ano, o clube prefere valorizar peças de “museu”, que fizeram sucessos em outras paragens, ao invés de valorizar e oportunizar os bons valores da base. Sem ir muito longe, basta ver onde está o atacante Jô, ao mesmo tempo em que trouxeram de volta o descompromissado e obeso Rodrigão...

 

Além disso, “manter na Série A” é de total falta de bom senso, até porque naquela mesa do Conselho Deliberativo composta na reunião de ontem não havia ninguém que afirmasse categoricamente que o Avaí estará na elite do futebol brasileiro em 2021...

 

Há pouco mais de um ano, um outro dirigente avaiano afirmou que o “planejamento” para 2020 era para ser campeão da Recopa Catarinense, chegar na quarta fase da Copa do Brasil, conquistar o bicampeonato Catarinense, bem como o Brasileiro da Série B...

 

Os quatro objetivos foram jogados pelo ralo, e as razões podemos elencar facilmente, tão exaustivamente discutidas neste espaço ao longo desses meses do atípico 2020, mas creio ser desnecessário neste momento...

 

Resta o consolo, remoto, diga-se de passagem, ou de 16,4%, segundo a UFMG, de conseguir a classificação ao cobiçado G4...

 

Portanto, ao invés de cair em discursos vazios, tão em moda no Sul da Ilha, seria melhor alguns dirigentes chuparem prego até virar parafuso, ou quem sabe, experimentarem um pouco de cautela e canja de galinha, que não fazem mal a ninguém...