QUE A HISTÓRIA SE REPITA, by RC

Como explicar? Como explicar que aquele time amorfo e sem vida, que nos fazia, a nós, torcedores, pedir a cabeça do Barroca, tenha entrado ontem em campo para não tomar conhecimento do adversário, para oferecer-nos um show de garra, de coesão, de caráter, de intensidade? Barroca ganhou o grupo? É o que parece, não deixemo-lo à margem dos méritos. Azar do Goiás, que não viu a cor da bola, salvo nos derradeiros minutos do jogo, quando o fato de jogar com dez, pela expulsão do Morato, esgotou as energias do grupo.

 

Morato iniciou bem o jogo, destacou-se com o gol de raro oportunismo e tinha muito mais para desfrutar dentro das quatro linhas, mas vacilou. Para sua sorte a grande noite estava reservada, e mesmo com dez em campo a vitória se confirmou. Morato não é um novato, não pode dar essa chance toda para o azar.

 

As qualidades de cada jogador, conforme a posição em que joguem, enriquecem o seu potencial. O artilheiro, esse tem que saber bater na bola, preferencialmente de primeira, para não dar chance de pensar ao goleiro. Bissoli ontem fez o gol mais bonito, enquadrou o corpo e bateu, de primeira, no canto, ao pé da trave. Os menos dotados dominam, se atrapalham, o zagueiro encosta, nada acontece.

 

Eu disse que Barroca não era treinador. Também não posso mudar minha convicção por um jogo apenas. Se conseguir estabilizar o time, fazendo-o jogar sempre nesse nível, não apenas eu, mas todo o torcedor Avaiano assumirá uma avaliação adequada de seu trabalho.

 

Finalmente, foi com uma vitória maiúscula sobre esse mesmo Goiás, que em 99, mudando o sistema de jogo para o 3.5.2, Silas fez a melhor campanha Catarinense na Série A. Que a história se repita.

Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto: Frederico Tadeu / Avaí FC