A REVOLTA DO AMENDOIM, by Rui Ricard da Luz
Sexta-feira
26 de abril, um dia normal, nem treze era, me organizei para as 17.30h para
estar pronto para ir assistir AVAÍ x Santos pela segunda rodada do Campeonato
Brasileiro da Série B, o jogo começava as 20:00H, o dia estava cinzento talvez
um presságio ignorado a quem sonha azul.
Lá
fui eu com a rotina de véspera de todos os jogos do AVAÍ, ligar para os amigos
perguntar se vão ao jogo e se querem carona.
Ao chegar na Ressacada o movimento de pessoas e veículos era grande, ao
ponto de eu não ler detalhes iniciais de mudanças do funcionamento de todos os
jogos. Mas logo na entrada, ali no setor A, no primeiro bar vi um conjunto de
pessoas amontoadas dentro daquele espaço, vestidas de amarelo, me chamou
atenção e tomei a decisão de experimentar o pouco alertado chope do AVAÍ, qual
foi a minha decepção? Aquilo nem de longe pode ser chamado de chope do AVAÍ,
pois era muito fraco, não combina com o time que desejamos. Mas talvez eu tenha
dado azar e ter experimentado um chope de uma máquina desregulada, lá fui eu no
outro bar próximo a Nossa Senhora da Ressacada e pedir outro, não devia ter
feito, havia um cidadão com um megafone gritando e exigindo regras. Regras como
assim? Quem combinou essas mudanças? Ah! Já sei, mudanças são imprescindíveis,
concordo, só não podemos desconsiderar que nem toda a mudança é para melhor, e
nem o discurso de modernidade, tecnologia, trará paz e prosperidade.
Bom,
resignado fui assistir ao jogo, lá no bar, aquele no alto da arquibancada do
setor A já notei uma mudança, colocaram barras de ferro que lembra muito uma
cela de cadeia, depois de ver o primeiro cachorro quente servido por eles
entendi o porquê das grades.
Mas
a minha grande decepção não foi nem com o jogo, nem com o chope e muito menos
com o cachorro quente, foi perceber que os tradicionais ambulantes não estavam
mais circulando os espaços de nosso belo estádio, uma ausência silenciosa como
a morte, triste pois foram demitidos por serem autônomos.
Lá
pelo final encontro o Sr. Leonel, um ex-jogador
que sucumbiu as mazelas humanas, padeceu e se ergueu novamente e que há
mais de 25 anos vendia seus deliciosos amendoins nos jogos do AVAÍ FC, corria mais
nas arquibancadas com uma cesta de vime na mão cheia de pé-de-moleque, amendoim
torrado do que nos tempos de jogador, sujeito sensacional, cordato, cheio de
histórias boas pra contar que há muitos anos nos tornamos amigos, ele me disse: “cheguei cedo na Ressacada como sempre faço e
fui informado que eu não poderia mais vender meus amendoins lá dentro.”
Aquilo
me feriu, naquele instante fiquei silencioso, sem palavras. E ao final ainda
ouvi dele a frase que me feriu mais ainda como um punhal amoral: “Infelizmente
não vou levar hoje o pão para a casa, mas Deus há de prover”, logo pensei
espero que ele tenha razão com sua fé pois o Avaí não irá mais prove-lo.
Logo
tentei buscar mais informações sobre os outros vendedores ambulantes, mas sem
sucesso, só descobri que a moça que vendia outrora o verdadeiro cachorro-quente
ali embaixo, protegida pela Nossa Senhora da Ressacada, era tradicional e sua
família vendia quitutes desde os tempos do Adolfo Konder.
Decepções
são diretamente proporcionais ao quanto confiamos nas pessoas. Apesar de
entristecido, eu não vou torcer menos ou mais para o nosso glorioso Avaí FC. No
entanto, quando alguém que conheço comete um erro, espero a autocrítica,
avaliação e reparação, se não houver, minha decepção pode ser paralisante.
Decepções são tão fortes quanto minhas expectativas e confiança no outro.
* Rui Ricard da Luz é conselheiro do Avaí FC. Foto: Internet
Vergonha, temos é que boicotar tudo que for vendidos nesses bares.
Prezado Sergio, pena que somos desmobilizados e desorganizados, do contrario já teríamos expulsado essa corja que esta dominando nosso amado clube, desfiliação em massa e ressacada vazia, quero ver se aguentariam um levante como esse.
Varias vezes, levei os pés de moleque para casa (além do senhor ser muito simpatico e fazer aquela promoção ao levar dois.) Assim como o cachorro quente do setor A, com as duas vendedoras sempre fazendo a vontade do cliente, nao posso opinar sobre o Chopp pois não bebo, mas só pelo fato do antigo ser daqui de floripa, já ganha mais crédito. Tirando os vendedores das arquibancadas, só está criando maiores filas nos intervalos, ou fazendo o torcedor perder de ver parte do jogo. O senhor que gritava pipoca bem quentinha, salgadinha e doce, ja faz uma falta há anos, estamos perdendo nossas raizes.Não é possível que a diretoria, não vai acertar em nada nesses 4 anos.
Já perceberam que todas as ações realizadas pelo clube, parecem ser para afastar o torcedor do estádio?
Más, teimosos e apaixonados que somos, estamos sempre lá, apanhando como mulher de malandro más sempre ao lado do clube.
10mil sócios hoje, é isso.
Então Júlio,seu vice e o restante do cabide de emprego, estão com salários garantidos com nossas mensalidades rigorosamente em dia.
Tiraram a barraca do Alemão de lugar, acabaram com o futebol, agoram conseguiram acabar com o nosso amendoim, chopp, cachorro quente e nós continuamos falando pelas redes sociais, até a hora que eles também vão tirar nossa rede social. Qualquer semelhança é mera coincidência.
Nas mãos de quem foi cair nosso Avaí!!
Pessoas que não se comovem com a dor alheia sempre complicam, geram desintegração, desgastam bons relacionamentos. Enfim, só visam o próprio interesse.
O torcedor não pode deixar barato, tem mesmo é que se mobilizar.
Muito oportuno o texto do Rui R. Daluz. - RC.
Muito oportuno o texto do - RC
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