Ética e Paixão, by Roberto Costa

André, sobre X9 eu tenho um entendimento. Pra início de conversa, acho que "clube de futebol empresa" não é empresa. É empresa e algo mais, e esse algo mais tem peso considerável, a paixão.

Empresa, é uma casa de comércio, um laboratório, como tem nosso presidente, uma oficina, etc. Essas são todas empresas administráveis friamente, com o talento profissional de seus gerentes, e deu. O sujeito é contratado para gerir e apresentar resultado, sem qualquer apego sentimental. Aí, lógico, não se vai inquirir do contratado acerca da sua preferência clubística.

Quanto à "empresa clube de futebol", acredito que a isenção de ânimos de um contratado não é confiável, acredito que não deve um presidente de clube apostar em que o seu comandado, sabidamente ligado por vínculos afetivos ao clube rival, não sofra lá suas recaídas passionais e falhe com a ética a que devia subordinar-se. Por que correr um risco tão simples de ser evitado?

Então, se realmente assuntos que não deviam vasar, estão vasando com facilidade da Ressacada, é hora de sacurdir a macieira, para que as frutas podres caiam ao chão.

Infelizmente as decisões necessárias são lerdas na Ressacada. Apostaram em Ovelha com paciência franciscana, para sanear a administração, quanto tempo será preciso?

* Roberto da Silva Costa é associado do Avaí Futebol Clube