A MÃO DO DEUS, by Roberto Costa

O Avaí tem, se não falha a memória, por volta de uns trinta jogadores, mas parece que tem somente 15. 

Sei que muita gente não vai gostar, mas também não escrevo pra agradar quem quer que seja, então eu pergunto, se cem por cento dos torcedores nunca viram uma grande atuação, aliás, nem regular, do Capixaba, por que Capixaba participa de jogos e, por exemplo, Saldanha, que é melhor que ele, porque ninguém lá consegue ser pior, está esquecido, a ponto de muitos já nem se lembrarem dele, Saldanha? 

Ah, Saldanha não é centro-avante. Mas isso não importa, o Moretto, se botarem a jogar na frente produzirá mais que o Capixaba. Que Deus é esse, cuja mão protege Capixaba e opera para que não fique definitivamente fora de foco? Quem é que enxerga alguma potência futebolística em Carreirinha? Ah, ele tem velocidade. Então está deslocado, o esporte dele é o atletismo.

Já houve um tempo em que eu assistia clássico no remendão, imaginem, isso era possível, sem problemas, no meio da torcida barbye, muita gente sabendo que eu era avaiano. Nesse tempo, na segunda feira a gente sabia a esclação do time que iria jogar no domingo seguinte, que mudava só por contusão de alguém, e sabíamos também quem iria substituir. É que então, jogavam os melhores, e os melhores do treinador eram os mesmos melhores da torcida, da crônica, do presidente, do roupeiro, do massagista, do vendedor de torradinho, etc. Bons tempos.
* Roberto Costa é associado do Avaí Futebol Clube