TORCIDA NO ESTÁDIO?, by Roberto Costa

E são jogos internacionais de seleções, jogos nacionais de futebol em duas séries e de futebol de salão, de volei, basquete, estádios incríveis e com espetáculos de primeira qualidade. Isto, nesses dias que correm, vem ocorrendo à tarde e à noite, de segunda a domingo, saturando de futebol o público.
Somos heróis apaixonados, nós, os que vamos ao Estádio..
De minha parte, não me deixei cativar por esses jogos internacionais de seleções, dou-me quase por saturado com o acompanhamento dos campeonatos nacionais das séries A e B, mas vejo muita gente comentando, fascinados, as proezas de Cristiano Ronaldo e outros menos cotados.
A televisão matou inclusive o cinema como conhecíamos antigamente, as grandes salas, espectadores com suas roupas bem compostas. Era um programa vestir-se bem, sair de casa para uma sessão de cinema. Hoje, se os cinemas ainda resistem à competição televisiva, é porque são pequenos, fáceis de lotar e atendem a uma clientela de Shoping, que alia o prazer do filme ao embalo das compras, ou simplesmente da visão das vitrines.
Como podemos esperar que o futebol resista a essa concorrência da televisão? Como podemosa esperar que o cidadão que já tem o jogo ao vivo, na própria sala, ou num aconchegante bar, com replay, com cerveja liberada e à mão, e sem os desconfortos do trajeto até o estádio possa pensar em sair de casa, e ainda, no mais das vezes, para pagar um ingresso cujo preço lhe pesa demais no bolso?
Pode-se objetar que tivemos bons públicos em 2009/2010, mas então havia o apelo da novidade série A, o atendimento de um anseio represado por vários anos.
É claro que uma equipe vencedora, com futebol de qualidade, capaz de manter-se entre os primeiros na tabela de classificação, e uma aproximação maior da diretoria com sua torcida, poderão aos poucos entusiasmar e amenizar o problema, puxar de volta um grande número de torcedores ao Estádio, e equilibrar, enfim, a competição com a TV. Com a palavra a diretoria.
* Roberto Costa é associado do Avaí Futebol Clube
Parabens Roberto. Concordo com vc mo quirido.
Eu ja havia opinado aqui em outro post sobre isso. E ainda temos um agravante muito forte nisso, que é a desconfianca de tudo lá de dentro criada por eles mesmos.
Somente um time que ameace subir direto e bons precos colocarao mais torcedores na Ressacada.
Só assim o seu zunino nos enrolará novamente. rsss.
Abracos
Marcelo Alves
O momento é de crise, e isso mais dia ou menos dia iria chegar. O torcedor também é consumidor, e não é a toa que foi editado o Estatuto do Torcedor (lei 10.671). Problema é que o cara vai assistir um jogo de Eurocopa e vê aquela organização, aquele conforto, segurança, beleza, tudo aquilo leva desde o apaixonado pelo esporte até aqueles que vão apenas pela beleza do contexto. Por isso públicos de 80 mil, 70 mil. O Brasil está se inserindo nisso com novos estádios, problema é que a pouca organização ainda assola nossos campeonatos, e o Avaí não é excluído dessa tomada. Claro que outros fatores contribuem para o aumento ou redução da pequena média de assiduidade nos estádios, mas hoje todos são mais exigentes em tudo, ou alguém que aprecia uma cerveja admite saboreá-la que não estupidamente gelada?
Abraços!
A diretoria do Avaí passou 2 anos expulsando o torcedor, novos foram impedidos e antigos foram retirados, sempre ingressos muito caros, mensalidades absurdas, ideia de fazer 2 sociais no estadio, coisa que ninguem tem.
Quem queria ir num jogo de Serie A era 100 reais, 80, mensalidade minima 95 para ver o jogo de frente pro campo, valor de ingresso minimo 60 reais atras do gol, um verdadeiro absurdo. Uma politica elitista que na melhor fase do clube impediu o crescimento da torcida, e cosneguiu enxotar muitos dos que iam antes, como eu, que cancelei a carteirinha em 2010.
Pro Avaí competir em publico com JEC e Criciuma, que nos ultimos anos nao tiveram problem algum de elitizaçao no estadio, tera que colocar os ingressos laaa em baixo, começar uma politica de reaproximaçao com a torcida, pois ninguem voltará ao estadio com valores medios de ingresso como tem agora (50 reais em 70% do estadio, mensalidade minima num setor frontal 70) terao que fazer como no final de 2010, ingressos a preço de banana.
Os valores atuais, no maximo tem condiçao de manter os poucos que restaram, mas nunca de remediar um problema de 2 anos e conseguir chamar devolta os que deixaram de ir. Que torcedor afastado e emburrado, vai sair de casa para gastar 50 reais para assistir o ASA de arapiraca, se quiser ver o jogo de frente pro campo? e com todo respeito a quem fica onde o ingresso baixou (atras do gol) eu nao saio de casa NEM DE GRAÇA para assistir um jogo la, de tras pra frente.
O que me deixa inconformada é que o Avaí tem torcida pra por 4 mil em Curitiba, 3 mil no Rio de Janeiro, 5 mil num treino, superlotar jogos de rebaixamento, é lider de todas as pesquisas de torcida, de potencial de consumo, da RBS, Ibope, Lance, Ibge, Mapa, tudo que se imagina, e a diretoria ao invez de aproveitar isso, um estadio que ja tem acesso dificil, colocou preços carissimos em Serie A, que somavam na gasolina, na comida, reduzindo o estadio pra sócios, e sócios QUE PUDESSEM pagar caro.
O reflexo disso tudo para um rebaixamento é a torcida 100% distante da Ressacada.
Ingressos baratos urgente, para termos o caldeirao devolta aos poucos!!
Roberto, um clube de futebol não engrossa seus ativos com ingressos e dinheiro de associados e com venda de camisetas, é fato. A maior parte do bolo vem com os contratos de transmissão dos jogos pela TV, dos patrocinadores e da exposição na mídia. Portanto, a audiência e a sensação de “ambiente calmo e polido” faz com que os investidores apareçam. Uma pessoa só investe dinheiro naquilo que ele acha que é bom, não é verdade? Por outro lado, pergunto: um clube de futebol com pouco público no seu estádio e cuja mídia local (entenda-se o jornalismo formal e as redes sociais) abordem um teor extremamente negativo, sobrevive quanto tempo nos campeonatos em que disputa e obtendo quantos títulos?
Se, ainda com todas as dificuldades, conseguimos nos manter. Se mesmo que a torcida não compareça, um time como o nosso se impôs. Se, considerando que todo o complexo negativo do futebol local caia sobre nossas cabeças e, exatamente por isso, continuamos sendo uma força substancial em nossos domínios, é porque há algo de muito bom nesta instituição chamada Avaí Futebol Clube, não é verdade? E antes que algum apressadinho se insurja, não estou falando especificamente de diretoria, mas do complexo como um todo. Então, a pergunta que já fiz várias vezes: por que não comparecer ao estádio, ainda que haja estas facilidades televisivas? Alguém ajuda a transformar a Ressacada em ambiente agradável? E por que tanto ódio?
E não me falem mais em preços dos ingressos. Eu estou fazendo um levantamento e essa história caiu por terra, pelo que já vi. O torcedor avaiano não comparece à Ressacada desde há muito tempo, desde antes do Zunino, desde antes da tal elitização. Ele traz um ódio encravado.
É, sim, o torcedor avaiano odeia na mesma intensidade que diz amar o seu clube. Não estou falando de você, de mim, do André, do Juquinha ou do Manoel. Estou falando no genérico.
Quando se chega ao estádio há uma sensação de peso. Há um mal-estar pairando no ar. Pessoas perguntam se hoje (naquele dia) os jogadores vão jogar ou brincar, “vão nos respeitar, esses pernas de pau?”. Há quem vaie o aquecimento de alguns jogadores. Há quem já torça o nariz para fulano e veja com desconfiança negativa a estréia de outro. Não existe complacência, nem a possibilidade de um sorriso. Aquela mão, que ajuda a levantar os amigos falidos, desaparece. Há má-vontade, te asseguro. E ainda exigem respeito da diretoria, se nem respeito a homens, cidadãos e profissionais possuem. É a linguagem do futebol, dizem os espertos. Não, isso é ódio.
Tudo isto é explicado por este sentimento de ódio enraizado. O que é uma pena. Confundem-se política com o espetáculo. Transformam-se decisões da diretoria (que não é mais ou menos pior que a maioria das diretorias por aí) em atos revolucionários torpes e de viés humorístico. As pessoas fazem questão de dizer que há defeitos e os apontam com a sabedoria que acham possuir, aos invés de perceber as virtudes em primeiro lugar. Abusam da história do “só não vê quem não quer”, como se fossem os mais entendidos de tudo, como se ninguém mais entendesse de futebol, a não ser eles. Contestam-se atitudes com uma moral juvenil, que 90% das pessoas comuns não possui. Querem respeito e ofendem a todos os contrários. Quer exemplos?
Talvez esteja aí, nesse aspecto, uma explicação para que, em nosso quintal, se prefira a camisa da Nike e se cuspa na camisa do Fanatic, por exemplo. Somos é muito bobos e não valorizamos o que temos, essa é a verdade. O resto é choro de infelizes. Ou interesse de oportunistas, sei lá.
AGUIAR, se um clube não engrossa as suas divisas com dinheiro dos ingressos, como dizes, mais fácil ainda fica para a diretoria favorecer o torcedor e, por tabela o próprio time dentro de campo, pois terá mais apoio das arquibancadas.
E mais,, se um torcedor vai ao estádio e paga R$ 50,00 para ver o jogo, dois que paguem R$ 30,00 rendem mais ao Clube. Três rendem quase o dobro e quatro mais que o dobro. É simples aritimética. De que serve aquele espaço enorme sem viva alma nas arquibancadas? Só para desestimular os próprios atletas.
Futebol é esporte de massa, vamos trabalhar com a massa.
Acho que esse tempo todo de pendenga entre diretoria e torcida a respeito de ingresso, já deu para a diretoria consultar um economista, para fazer um cálculo sobre a melhor relação preço de ingresso/lotação do Estádio.
Estamos falando de puro mercado, e se o espetáculo é de massa, é na quantidade que a grana vai aparecer. Dez torcedores de R$ 30,00 rendem R$ 300,00.
Não é por nada não, mas fiquei decepcionado com o público do jogo com o América Mineiro, jogo que tinha tudo pra dar 10.000 torcedores, ou mais. e deu uma merreca.
A diretoria precisa reconquistar o torcedor, e o afago do preço melhor será o principal atrativo.
Roberto Costa
Bom, quase tudo que vou falar é achismo, já que ninguém sabe, nem o Avaí, o porquê desse afastamento do torcedor, incluindo os sócios.
Acho que aquilo que o Roberto coloca no texto é um dos fatores (e um fator importante) que afastam torcedores do estádio. Há muitos jogos sendo transmitidos, é verdade. Inclusive todos os jogos do Avaí no ano, seja do Catarinense ou Série B, passaram ou vão passar na TV, seja aberta, fechada ou enclausurada (PFC, a assinatura dentro da assinatura).
Nem todo mundo tem PFC, mas muitos bares passam PFC. E no bar, que fica perto de casa, tem cerveja e não tem trânsito. Acabou o jogo, em 10min estou em casa. Isso pesa, para alguns. Menos a cerveja (mas pesa), mais o trânsito.
A Ressacada é um estádio bonito, mas pessimamente localizado. Para efeitos de comparação, passam cerca de 20 linhas de ônibus, incluindo as intermunicipais, na avenida geral do Estreito. Se o cara mora na Armação da Piedade e quer ver um jogo no Scarpelli, ele só precisa pegar um ônibus. A viagem demora, mas é um ônibus só.
Na geral do Carianos só passam duas linhas (Corredor Sudoeste e Tapera). Quem vem do Continente tem que integrar no Ticen. Tem fila no trevo da Seta (elevado agora, que seja). Só tem um acesso. No Scarpelli, são pelo menos 4 (quem vem do Jardim Atlântico; quem vem da Ilha; quem vem de Capoeiras; quem vem da Coloninha).
Nós, que vamos à Ressacada, sabemos que é um esforço, um sacrifício ir até lá. Tem que sair de casa 1 horas antes. Chega-se em casa 1 hora depois de o jogo acabar quando tem só 5 mil pessoas no estádio. Lembro bem de um cara na Série B de 2008 que ligou pra CBN antes do jogo contra o Brasiliense dizendo "levei 1 hora de Balneário Camboriú até a ponte e já tô há 1 hora e meia preso na fila aqui na Via Expressa".
Então, se o Avaí quer atrair o torcedor, tem que ter consciência disso: que é, sim, um sacrifício ir até a Ressacada. Já é pra mim, que moro no Saco dos Limões. Imagina quem Mora em Ponta das Canas, no Pântano do Sul, em Potecas, Paulo Lopes, Três Riachos... Dito isso tudo, afirmo: jamais o Avaí pode cobrar o mesmo preço que o Figueirense cobra. Lá, é fácil ir ao jogo. Aqui, é um sacrifício.
Quase encerrando, lembro que em todo o Brasil lotar estádios não é uma realidade. Os times que mais lotam na Série A chegam, em média, a 50% ou 60% de lotação de seus estádios, o que é baixíssimo em se comparando com Europa. O Flamengo jogou outro dia pra 4 mil pagantes contra o Coritiba, numa cidade com 5 milhões de habitantes e em que metade torce pro Flamengo. Mas, falamos do Avaí, e na comparação com os rivais próximos (Figueirense e Joinville, principalmente) estamos apanhando feio em termos de público.
Se for comparar com anos 80 e 90, até estamos melhores, mas naquelas épocas todo mundo em SC tinha médias baixas de público - ainda se fazia carreata em Florianópolis por título do Flamengo, lembram? - e nossos times eram semivarzeanos (o Avaí, p. ex., ficou cinco temporadas, entre 1990 e 1994, sem disputar nenhum divisão do Brasileiro). E o fenômeno dos sócios só ganhou força aqui a partir dos anos 2000.
Finalizando, destaco que em 2011, a bilheteria dos jogos e as mensalidades dos sócios somadas foram responsáveis por 26,21% da receita operacional bruta do Avaí (fonte: http://avai.com.br/wp-content/uploads/2012/02/BALAN%C3%87O-2011-PUBLICADO.pdf). Ou seja, têm sim um peso grande nas contas do clube. Por isso a gente, que se preocupa com o clube, quer que melhore.
Abraços.
Sobre o último comentário do RC, discordo de um ponto.
O torcedor que paga 1 ingresso não é uma renda fixa, ele vai hoje e no próximo não.
A diretoria deve ter o foco no sócio, fazer o possível para mantê-lo, pois este indo ou não aos jogos contribui financeiramente.
Sou contra promoções de ingressos, mas me rendi a essa questão. Talvez valha experimentar um espaço com preços bem populares.
Quanto ao clima criado na ressacada, concordo com o Aguiar. Se não bastasse a mídea em geral hoje muitos blogueiros fazem campanha contra o clube.
Esquecem que o Zunino vai e o clube fica.
Como uma Intelbras (por exemplo) vai patrocinar o Avaí se a torcida vive tocando o sarrafo?
JAMAIS!!!
Voltando la no post original, poderia ter a final da EUROCOPA com Brasil fazendo participação especial, jogo ao vivo numa tela de 52" e a concorrência é o Avaí jogando amistoso contra o joaçaba, eu vou ver o meu timão de azul e branco, sem a menor dúvida.
Abraço
Quando o espetaculo era bom, cobrava-se R$ 100,00 um ingresso minimo para assistir o jogo de frente. R$ 60,00 o minimo pra tu ficar jogado atras do gol na chuva vendo o jogo de potna cabeça.
Como se nao bastasse, sem demanda alguma pra isso, quiseram criar um segundo Setor A, com mensalidades que de 2009 pra 2010 aumentaram absurdamente, ou seja, alem de impedir os novos torcedores (diga-me quem pagaria os valores que praticaram em 2010 e 2011) ainda conseguiram correr com muitos que lá estavam, como eu, que cancelei a carteirinha em 2010 depois que meu setor que era 60 passou a custar 95 (Setor D).
No final de 2010, pra nao cair, mantiveram ingressos no patamar que consegue tirar muita gente de casa (20 pra um setor frontal) a coisa pegou, a vó da tia ficou sabendo, teve superlotaçao seguida em rebaixamento, teve 15 mil depois de derrota de 4, teve 11 mil em jogo de tabela, coisa que o plano atual ou outro plano qualquer jamais conseguiu numa Serie A.
Conseguiram trazer devolta o povo afastado e angariar muita gente que nem tava indo, mas em 2011 o ingresso voltou pra 80, 50 o minimo, o povo que voltou foi todo embora pra nunca mais voltar.
Ou seja, agora que o espetaculo é medio e o preço caiu ja nao ha mais demanda alguma de publico pra utilizar este preço mais baixo(ainda que a valores que nao remediam o problema como em 2010, ou alguem acha que um cidadao nao socio vai sair de casa por 50 reais contra o ASA).
Enfim, pra trazer o torcedor AFASTADO devolta, só precinho de banana (final de 2010) e bem conversadinho, pois nao é mais Serie A.
Aposto com quem quiser que o Avaí hoje em dia nao tem mais do que 5.000 sócios pagando em dia, o que explica o total abandono do estadio no ano de 2012.
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