… não espalha …, by Gilberto Rateke Jr.

Caros comentaristas esportivo da capital de Santa Catarina,

Se desejares falar do Avaí, fale aos quatro cantos do Avaí do primeiro tempo!

Lembre e relembre, insistentemente, da falha do jovem zagueiro Jaílton. E nem o ouse compará-lo ao capitão Leandro Silva, que há alguns jogos cometeu alguns pequenos deslizes. Insista que Cássio ou Rafael devem ser os titulares.

Não esqueça também de reclamar do Bruno, que sempre leva cartão. Do Thiesen que para ti não serve para jogar no Avaí. Mas, principalmente do Bonilha, eis que insistias na escalação do atleta. Diga que ele não correspondeu, que não foi o mesmo da partida de outrora.

Do Wagner Diniz fale que ele está totalmente fora de ritmo de jogo e que deve retornar o Arlan. E do Julinho grite bem alto que este não tem mais jeito!

Fale mal, também, e principalmente, do Cléber Santana, pois no primeiro tempo ficou longe de lembrar o CS10 de outros jogos. E insista bastante nisso, por favor.

Ah, não esqueça de criticar o Felipe Alves, que vem demonstrando não dar certo quando é escalado como titular. E do Acosta, que muitas vezes só se encosta …

E continue, jogo a jogo, pedindo “a cabeça” do treinador. Isso, inclusive sabes fazer como ninguém mais.

Agora, caro comentarista, não ouse falar nem uma vírgula do Avaí do segundo tempo.Não espalhe para o Brasil inteiro o quanto esse Avaí é capaz. Não queremos “mau olhado” para cima do Leão. Chega de clubes virem atrás do CS10, do Renato, do Bruno e de tantos outros. Daqui a pouco vão querer o Hemerson Maria. Portanto, não fale do Avaí do segundo tempo. Isto nem te faz bem. Continue a insistir no Avaí do primeiro tempo, combinado?

E pode parar de ler este texto por aqui, caro comentarista. Pois agora o papo é com o torcedor.

Caro torcedor,

Importante ressaltar que o problema do Leão não estava em Bruno ou no Felipe Alves (apesar que eu admito que o prefira como “talismã”). Estava na postura dos jogadorese na necessidade da torcida aprovar, ou não, as novas contratações. O torcedor precisava saber se este time era capaz.

E mais uma vez como em tantas partidas anteriores o treinador mostrou o quanto este grupo é capaz. Recuperou, psicologicamente, o jovem zagueiro. Sacou do time o volante de características mais fortes de marcação e colocou outro meia de criação. E promoveu a estreia de quem deve ser o especialista, da pequena e grande área dos adversários que o Avaí enfrentará, o Jesus, Ricardo Jesus. Não marcou o gol ontem por que não foi necessário. O(s) guardou(s) para o campo paulista que deve conhecer bem. Ao final da partida, para reforçar um pouco a marcação e não permitir nenhuma surpresa do Boa, transformou o quadrado do meio em um losango, com a entrada do Pirão.

Ainda não será no próximo jogo que o torcedor poderá acompanhar CS10 e Camilo juntos uma partida inteira (Cléber Santana levou o terceiro amarelo). Tal fato, provavelmente, ocorrerá na presença da torcida, no jogo contra o América-RN.

Quero dizer que não estou deslumbrado. O Avaí não conquistou nada, ainda. Mas se o time jogar como demonstrou a capacidade de jogar o segundo tempo de ontem, ninguém segura o leão.

Diga-se de passagem, se o Avaí vencer o São Caetano, e o Goiás, que joga fora contra o Paraná, perder e o Atlético-PR, que joga fora contra o Ipatinga, não vencer, estaremos no G4.

Mas não espalha, afinal, esse Avaí faz coisa!

* Gilberto Rateke Júnior é proprietário do blog Alameda 1976 e colaborador do portal Todo Esporte SC, além de associado do Avaí Futebol Clube. A charge é do nosso saudoso amigo Mausé.