O ENTRETANTO E A "COSA", by Roberto Costa

Não aprovo nada das trapalhadas perpetradas por essa nossa diretoria, "assessorada" pelo Sr. Marcelo Arroz, ocupante de um cargo excessivo em responsabilidades para a sua reduzida competência. Concordo com a indignação de todos os que realmente amam o Clube, fartamente manifestada no espaço deste Blog. Concordo que foi estupidez o que fizeram com o correto cidadão Hemerson Maria.

 

Mas cabe um entretanto, no meio dessa poeira toda.

 

Sobre Hemerson Maria, jamais pedi, ou defendi a sua demissão, mas não me furtei de fazer algumas críticas que achei pertinentes. A sua maneira, por exemplo, de encarar a série B diferentemente do Estadual, mais contida, mais precavida, atitudes que já não eram do molde daquele treinador destemido que conquistou com brilhantismo o Campeonato Catarinense, quando seu time era agressivo, ágil, alegre, eficaz, e sufocava o adversário em seu próprio campo. Aquela era a marca de Hemerson Maria, era importante preservá-la.

 

Na série B, Hemerson começou a priorizar cada vez mais a contenção dos adversários e menos a eficácia de seu poder ofensivo.  Tanto que muitos torcedores neste Blog chamaram-no de cagão. Felipe Alves, que demonstrou alguns lampejos de atacante, fazendo gols importantes jogando próximo à área adversária, passou a ser colocado na função de marcador de lateral adversário, como o vimos fazer, num dos últimos jogos, logo após entrar em campo aos 36 minutos do segundo tempo, quando perdíamos de 1 X 0. Um absurdo.

 

Um outro cacoete de treinador tímido, apresentado pelo nosso Hemerson, foi também a sua dificuldade em mexer no time, muitas vezes erradamente e quase sempre tardiamente, mantendo no jogo jogadores que nada produziam até aos 30 do segundo tempo.  É claro que sendo titular do cargo de treinador, a mexida no time era da sua competência, mas até nisso o Sr. Arroz foi displicente, poderia diplomaticamente tentar influir, sugerir, confabular. 

 

Por fim, a sua incapacidade de ousar, de ler a campanha do time como fazia o torcedor, vendo que alguma coisa tinha urgentemende de mudar, porque o esquema ao longo do tempo não vinha trazendo o resultado esperado. De ver que não tínhamos laterais marcadores, e que por isso tomávamos gols sempre em estocadas pelas costas de nossos laterais, e que para isso uma das providências que poderiam ter sido tentadas, seria a mudança do sitema para o 3-5-2, por exemplo.

 

Enfim, o nosso Hermerson era tímido, ou conservador, ou excessivamente avesso a mudanças, e no fundo, acho que muitos de nós ansiávamos por uma revolução, não essa, tão estúpida, mas uma que partisse do próprio Hemerson dentro de campo,  e que poderia ter impedido a ruptura, a sua descontinuidade no cargo.

 

O entretanto a que me refiro, é que realmente não iríamos a lugar nenhum sem um fato novo e mesmo com ele podemos não ir, mas um fato novo havia de ser criado, e aconteceu, produzido infelizmente por causas diversas e abruptas e com consequencias chocantes.

 

Apesar dos pesares, não vejo outra atitude de nós torcedores, que não seja a de apoiar o time até o fim e acreditar em mais uma "cosa" que possa ser feita por esse nosso Avaí. 

* Roberto Costa é associado do Avaí Futebol Clube