quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A inércia consolidada, by Alexandre C. Aguiar

Pelas leis da Física inércia é aquela situação na qual uma partícula se opõem à modificação de seu estado de movimento, coisa que tu deves saber, seu tanso, se frequentasse a escola. Tu já experimentasse ficar em pé, num ônibus, e o motorista dá aquela freada topetuda e tu acabas te estabacando no vizinho da frente? Pois é, isso é inércia. Mas, também, pelas leis dos incautos, pode-se chamar de inércia a incapacidade assumida de fazer esforço. É a falta de ação, de atitude. Preguiça, vai.
Pois é assim que vejo este Avaí frouxo e sem determinação exatamente num estágio do campeonato da Série B onde se precisa de força, ação e coragem. Uma lassidão de vontades.
Muita gente afirma que já tiramos o leite desta pedra e que agora só sobraram as tetinhas murchas. O time se acaba no gramado, por total falta de gás nos pulmões. Concordo. Isso até foi dito pelo técnico Geninho, ao assumir o time, lá nos idos dias depois da Copa comprada pela Dilma. O treineiro avaiano dizia que o time estava sem condições físicas.
Era verdade. Quem ia à Ressacada testemunhava isso. E aí, com uma boa dose de chibatadas acadêmicas, entre musculação e corridas em volta do gramado do CFA, o time foi adquirindo folatos, fibras musculares e diminuindo a famosa CK. Ou seja, estava sendo bem condicionado fisicamente. A prova disso foi uma avassaladora campanha de campeão, subindo a tabela, conquistando pontos importantes, ganhando jogos antológicos e se fixando no paradisíaco G4.
Dessa condição à aquisição de um segunda estrela foi um pulo. Se no campo o treineiro dizia para o time não se empolgar, que o salto alto era inadmissível, fora dele só estávamos marcando a data para aquele chopinho carnavalesco em pleno Novembro. Até a nossa amiga Jamira já reservava um espaço para o book do acesso.
E aí veio o casamento do filho do Geninho, uma derrota fora do esquadro para o Náutico e a sopa ficou rala no prato. A espiral descendente tomou conta dos ares dos Carianos e a festa programada assumiu ares de Inferno de Dante.
O que houve?
Talqualmente no ano passado, depois daquele fatídico estupro dos 4X0 aplicado pelo rival, com direito a dança de cuequinhas, nada mais deu certo por aqui. O problema seria aquele casamento? Ainda que se comente a boca pequena que quem voltou foi o cunhado do Geninho, não, não se pode dizer que isso foi a peça desconsoladora da Ressacada. Claro que há coisas ocorrendo, mas nunca iremos saber, como não soubemos de 2013 (quer dizer, eu sei, mas não vou contar!).
O fato é que o time precisa largar a preguiça, a inércia celestial que nos abateu, e retomar a campanha. Sim, sei, Vasco, Ceará, JEC e Ponte Preta, os atuais companheiros desse dilema, pensam a mesma coisa. Mas, claro, quero que se lixem, pois eu torço para o Avaí. Então, a hora do chorinho “ninguém me ama, ninguém me quer” acabou. É hora de voltar a jogar, de quebrar as unhas feitas na manicure e reassumir a campanha.
Até porque, não os quero ver de novo vestindo a camisa do Avaí numa nova série B. Se é que me entendes.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC, proprietário do blog Força Azurra e um dos colaboradores do portal Todo Esporte SC. Arte acima: blog Física Moderna

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