domingo, 22 de janeiro de 2017

A ARTE DE VENCER JOGOS, by Alexandre C. Aguiar

Quando assisto a uma partida de futebol, a primeira coisa que mais aprecio é o esquema tático utilizado. Pode parecer óbvio, mas não é. Muita gente apenas “olha o jogo”, mas não se preocupa muito com a disposição tática de um time em campo e o que ele fará para decidir a partida.
Um esquema tático é a maneira, a forma, a estratégia de jogo que um treinador utiliza para desestruturar o adversário e, assim, vencer a partida. Simples, né? Não, nem sempre.
Entender o futebol é, exatamente, compreender essas nuanças, essas particularidades de uma partida, quando as características individuais e o talento ou a habilidade de cada atleta são utilizados para vencer o jogo.
É comum, por exemplo, ouvir-se a frase “fulano deu um nó tático no adversário”, demonstrando que, naquele momento, o treinador foi superior em todos os quesitos exigidos no futebol. É o momento máximo de um treinador.
Um bom esquema tático é aquele que é facilmente assimilado pelos jogadores, e o que os orienta a duas coisas que poucos se atém: à regra do impedimento e às dimensões do campo. Porque é exatamente a forma como se organizam os jogadores naquele espaço reduzido do gramado e sendo eficazes e eficientes nas suas tarefas.
Um esquema tático bem definido se preocupa em ser competente e decisivo em três áreas do time: a defesa, a armação de jogadas e o ataque.
Nos esquemas táticos modernos, se engana quem pensa que a defesa seja feita apenas por zagueiros, que a criação seja responsabilidade do meios campistas e a marcação de gols seja tarefa exclusiva dos centroavantes.
Um time bem esquematizado taticamente possui atacantes fazendo marcação em cima da defesa adversária, zagueiros saindo para a construção de jogadas e meias fazendo coberturas na zaga. Todo um grupo ocupando espaços e sendo coesos e competitivos.
Mas há, também, uma outra situação que favorece um bom esquema tático de jogo. Independente das “numerações” que se utiliza para dispor os jogadores em campo, o bom esquema tático é aquele cujos jogadores estejam bem preparados fisicamente.
De nada adianta um treinador pedir marcação alta, cobertura da zaga, jogadas em velocidade, se os jogadores se portam como cones cansados em campo, incapazes de terminar sequer o primeiro tempo de um jogo.
Por isso, acredito que a montagem de um time para uma temporada não se resume se o departamento de futebol contrata os jogadores mais gabaritados do mercado, mas se o seu treinador sabe distribuir suas funções em campo de modo a vencer os jogos e ganhar campeonatos, e se o condicionamento físico dos atletas esteja à altura de uma boa temporada.
Compreendeu, Claudinei Oliveira?
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC e proprietário do blog Força Azurra

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