terça-feira, 8 de agosto de 2017

SEM SURPRESAS, by Aguiar

Sabe aquela melhoradinha da morte? O sujeito está mal numa UTI e a família comemora que “ele deu uma respiradinha”? Pois é, este é o caso do Avaí. É muito fácil falar do Avaí. Está muito tranquilo analisar o time. Sem qualidade, joga por uma bola, não propõe o jogo, joga na retranca e se deixa dominar infantilmente. Qualquer analista de futebol hoje, no Brasil, não precisa mais do que dois neurônios para deitar uma falação sobre o nosso time. Mas, por que o Avaí Futebol Clube se dispõe a isto?
Porque é covarde.
A velha máxima de que luta contra o rebaixamento, que sua meta é não cair, se esfarela com as bobagens feitas pela diretoria. Já esmiuçamos isto no texto A história recontada em prosa, verso e goleada. Não é comportamento de quem luta para não cair e muito menos de quem quer economizar para zerar dívidas. Como eu disse neste texto, estão devendo para todos, mas pagando rodadas para os amigos.
Se a desculpa for a de não fazer aventuras para não atrasar salários e aí o time pode não render, então se atrasar pode ser que a motivação para jogar aumente e o time volte a vencer? Por aí o leitor inteligente já percebe as teses furadas.
Aliás, quem luta para não cair deve jogar mais e se esforçar mais do que os outros. Se estiver sendo comprovado que tem limitações, a dedicação do grupo de jogadores deve ser maior. Mas o Avaí transpira mais do que pensa, obviamente.
E a covardia leva a direcionar a culpa nos outros. É calendário apertado que esgota o time, contusões que tiram o entrosamento, suspensões, juízes mal intencionados, falta de sorte nas jogadas, enfim, tudo serve de bengala para mascarar a falta de capacidade de reação. Ora, o time tem força, já demonstrou isto, teve resultados que surpreenderam até o mais fanático torcedor, mas que não se repetem porque a covardia dos treinadores avaianos e falta de capacidade para dispor um grupo em campo são mais claras que a luz solar.
O Avaí não empolga ninguém, nem a ele mesmo. Quem acompanha futebol já antevê que a cada jornada teremos um jogo chato, com falta de qualidade técnica, sem empolgação e com resultados praticamente esperados. Não consegue, sequer, mandar em casa. O Avaí se empenha em negativar a lógica do futebol, aquela da caixinha de surpresas. Não existem surpresas em jogos do Avaí.
E então, chovem, pelas redes sociais, blogs e assemelhados, as famosas manifestações de autoajuda e orações, aquelas coisas feitas por desesperados, de quem tem que acreditar em algo para ter conforto, tem que torcer, um “vamo, vamo” ensurdecedor.
Ora, torcer para quem não quer reagir, desculpe, mas é perda de tempo.
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC

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