A TEORIA DO MINELLI, by Roberto Costa

Então Zenon não saiu logo, ficou conosco ainda um bom tempo, fazendo nossa alegria no bucólico Pasto do Bode e aumentando as glórias do "Time da Raça".
Consta que foi indicado ao Internacional de Porto Alegre. A diretoria do Inter consultou o então treinador Rubens Minelli que não aprovou a contratação, sob alegação de que o jogador não tinha o porte físico que ele, Minelli, entendia ideal, ou seja, armário, e o magro Zenon foi fazer sua carreira gloriosa em território Paulista, como todos sabemos.
É possível que Minelli tenha se arrependido, mas foi fiel à sua filosofia, àquilo que sempre acreditou e que o levou a ser um profissional vencedor. Zenon, claro, foi a exceção no seu caminho, a contestação viva da sua teoria.
E por que trago essa questão da preferência por jogadores mais atléticos, mais robustos, regra perene no futebol vencedor dos clubes gaúchos? Porque concordo com essa ideia, do velho Minelli e dos dirigentes do estado vizinho.
É claro que o craque sempre terá o seu espaço garantido, ainda que seja pequeno, ou frágil, como Messi, como Balduino, como Cavalazzi, como Romário, mas é certo que algum futebol, somado ao porte físico privilegiado, em regra geral faz uma grande diferença no desempenho de qualquer time. E ninguém consegue ter um time só de craques.
Um atacante de porte mediano tem que ter muito futebol, pra levar vantagem sobre os zagueiros de um metro e noventa que os clubes estão utilizando. Quem não tem virtuoses pra enlouquecer as zagas adversárias, que contrate jogadores grandes e fortes, pra brigar de igual pra igual com os zagueiros. Recomendo ao Avaí essa teoria do Minelli.
* Roberto Costa é associado do Avaí FC
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