quinta-feira, 19 de julho de 2018

No dia nacional do futebol temos pouco a comemorar


Nesta quinta é celebrado o dia nacional do futebol, mas temos muitas incógnitas e problemáticas que necessitam de debate profundo e de soluções para colocar o nosso maior patrimônio no local devido e termos realmente o que comemorar.


Não se passaram 15 dias da derrota da seleção brasileira para a Bélgica e como em toda derrota em mundiais a imprensa especializada junto com a população em geral geram discussões do que foi feito errado, do que poderia ser melhorado, mas no fim das contas muitos colocam essa derrota ao acaso, como se fosse um acidente de percurso e analisando mais profundamente percebemos que não é. O nosso futebol está em uma encruzilhada, onde pode ficar em um limbo e tornar-se um personagem secundário no futebol mundial, objetivamente falando um time de “quartas de final” ou resgata a sua identidade e volte a ser protagonista.
Uma parte do nosso protagonismo passa pela base que tem acumulado mais fracassos que sucessos. Se analisarmos as seleções brasileras, vemos que ela passa por um processo extremamente irregular analisando as campanhas em mundiais, o sub 20 oscila entre não participações em copas e boas campanhas, sendo campeão em 2011, finalista em 2015. No sub 17, a seleção não vence desde 2003 e não chega na final desde 2005, sabemos que não é um problema de material humano. A nossa base precisa ser discutida e reavaliada urgentemente para ser o maior fornecedor da seleção principal, mas entramos em um outro questionamento: a seleção principal sabe o que precisa? Que tipo de jogador necessitamos para voltar ao nível de competição que existia anteriormente?
A seleção brasileira necessita definir diretrizes de como ela quer se apresentar como equipe, definir uma filosofia de jogo e até nessa definição ela se encontra em uma encruzilhada, entre uma forma de jogar mais padronizada e alinhada com as grandes ligas europeias ou adota um estilo mais particular priorizando a habilidade individual, a imprevisibilidade. Esse problema de identidade não é exclusivo nosso, a Argentina passa pelo mesmo processo e eles tem dois agravantes: o primeiro, tirando a final de 2014, não conseguem resultados expressivos mesmo tendo um dos melhores jogadores da história e o segundoo não vencem um mundial desde 1986.
O ponto que desejo chegar é que precisamos de uma identidade como seleção, para assim alinharmos as características necessárias desde o sub-15 para termos jogadores mais prontos para a seleção principal, e que essa identidade possa ser uma referência para os clubes também trabalharem a base em uma linha mais próxima da seleção também. Quem sabe, as equipes profissionais de divisões inferiores possam se fortalecer com essa base mais fortalecida dando o espaço inicial para o amadurecimento desses atletas em um nível de competição profissional.
Mas para que isso possa acontecer, a CBF precisa se alinhar a realidade, chamar todas as partes envolvidas que realmente desejam ver uma seleção protagonista novamente e inserir para o debate e assim definir essas diretrizes, inclusive ter uma estrutura técnica que cobre a seleção principal os resultados devidos e se estão trabalhando de acordo com essas diretrizes, mas infelizmente parece que as prioridades são outras e dificilmente isso irá ocorrer e assim infelizmente seguiremos a não ter razões para comemorar o dia do futebol nacional.
Fonte: Torcedores.com / Foto: Fifa.com

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