No dia nacional do futebol temos pouco a comemorar
Nesta quinta é
celebrado o dia nacional do futebol, mas temos muitas incógnitas e
problemáticas que necessitam de debate profundo e de soluções para colocar o
nosso maior patrimônio no local devido e termos realmente o que comemorar.
Não se passaram 15 dias da derrota da seleção
brasileira para a Bélgica e como em toda derrota em mundiais a imprensa
especializada junto com a população em geral geram discussões do que foi feito
errado, do que poderia ser melhorado, mas no fim das contas muitos colocam essa
derrota ao acaso, como se fosse um acidente de percurso e analisando mais
profundamente percebemos que não é. O nosso futebol está em uma encruzilhada,
onde pode ficar em um limbo e tornar-se um personagem secundário no futebol
mundial, objetivamente falando um time de “quartas de final” ou resgata a sua
identidade e volte a ser protagonista.
Uma parte do nosso protagonismo passa pela base que
tem acumulado mais fracassos que sucessos. Se analisarmos as seleções
brasileras, vemos que ela passa por um processo extremamente irregular
analisando as campanhas em mundiais, o sub 20 oscila entre não
participações em copas e boas campanhas, sendo campeão em 2011, finalista em
2015. No sub 17, a seleção não vence desde 2003 e não chega na final desde
2005, sabemos que não é um problema de material humano. A nossa base precisa
ser discutida e reavaliada urgentemente para ser o maior fornecedor da seleção
principal, mas entramos em um outro questionamento: a seleção principal sabe o
que precisa? Que tipo de jogador necessitamos para voltar ao nível de
competição que existia anteriormente?
A seleção brasileira necessita definir diretrizes
de como ela quer se apresentar como equipe, definir uma filosofia de jogo e até
nessa definição ela se encontra em uma encruzilhada, entre uma forma de
jogar mais padronizada e alinhada com as grandes ligas europeias ou adota um
estilo mais particular priorizando a habilidade individual, a
imprevisibilidade. Esse problema de identidade não é exclusivo nosso, a Argentina
passa pelo mesmo processo e eles tem dois agravantes: o primeiro, tirando a
final de 2014, não conseguem resultados expressivos mesmo tendo um dos melhores
jogadores da história e o segundoo não vencem um mundial desde 1986.
O ponto que desejo chegar é que precisamos de uma
identidade como seleção, para assim alinharmos as características necessárias
desde o sub-15 para termos jogadores mais prontos para a seleção principal, e
que essa identidade possa ser uma referência para os clubes também trabalharem
a base em uma linha mais próxima da seleção também. Quem sabe, as equipes
profissionais de divisões inferiores possam se fortalecer com essa base mais
fortalecida dando o espaço inicial para o amadurecimento desses atletas em um
nível de competição profissional.
Mas para que isso possa acontecer, a CBF precisa se
alinhar a realidade, chamar todas as partes envolvidas que realmente desejam
ver uma seleção protagonista novamente e inserir para o debate e
assim definir essas diretrizes, inclusive ter uma estrutura técnica que cobre a
seleção principal os resultados devidos e se estão trabalhando de acordo com
essas diretrizes, mas infelizmente parece que as prioridades são outras e
dificilmente isso irá ocorrer e assim infelizmente seguiremos a não ter razões
para comemorar o dia do futebol nacional.
Fonte: Torcedores.com / Foto: Fifa.com
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