quarta-feira, 25 de abril de 2012

Em cima do laço, by Felipe Silva

Eis que, numa bela e cinzenta terça-feira em Florianópolis (porque Florianópolis é bela até com tempo fechado), recebemos a notícia de que haverá reunião do Conselho Deliberativo para análise e apreciação das contas prestadas pela Diretoria Executiva e balanço do exercício 2011. Quando será? Rá, daqui a três dias, ou seja, na sexta! Tempo apertado para podermos estudar o material enviado por e-mail e… opa, não teve nada enviado por e-mail! A “análise e apreciação” vai ser lá no dia mesmo, na hora, em cima do laço.

Sou novinho, mas estou acostumado com participação em órgão colegiados e entendo o funcionamento deles. Quando estudante, era membro da diretoria do Centro Acadêmico Livre de Jornalismo Adelmo Genro Filho (na UFSC) e representante dos estudantes nas reuniões do colegiado do Departamento de Jornalismo. Há cinco anos no serviço público federal, trabalho em uma instituição de ensino (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, o IF-SC) repleta de conselhos e colegiados. Acompanho o trabalho de quatro deles para posterior divulgação das decisões à comunidade e participo, há um ano e meio, como representante dos técnicos administrativos, do Colegiado de Desenvolvimento de Pessoas (CDP), eleito pelos meus colegas de instituição.

Bom, e lá funciona assim:

- Há um calendário prévio de reuniões dos colegiados ao longo do ano, definido desde janeiro ou fevereiro (exemplo);

- Os membros dos colegiados recebem, por e-mail, a pauta geralmente com uma a duas semanas de antecedência da reunião;

- Junto com a pauta, são enviados arquivos referentes aos temas discutidos. Se vai se discutir a criação de um novo curso, por exemplo, os participantes do colegiado competente recebem o projeto do curso, as justificativas do campus para criação e o que mais for necessário para que possam chegar à reunião sabendo do assunto;

- A pauta e os arquivos ficam disponíveis também na internet e qualquer pessoa pode acessá-los (exemplo).

Aí me pergunto:  se isso funciona no serviço público, onde nós passamos o dia inteiro chupando lápis, jogando Paciência e planejando a próxima greve, por que no Avaí não pode funcionar?

Finalizando, esse tipo de prática (a do CD do Avaí, não a do IF-SC) praticamente impossibilita a plena transparência na “análise e apreciação” das contas. Se bem que é sexta-feira, sábado ninguém (ou pouca gente) tem que acordar cedo… a gente pode ficar até 5h da manhã discutindo. Eu topo. Se der fome, a gente pede umas pizzas (deve ter uma pizzaria no Carianos).

* Felipe F.B. Silva é conselheiro do Avaí Futebol Clube e proprietário do blog Solta o Leão

2 Comentários:

Alexandre Carlos Aguiar disse...

Curioso é que quando o conselho é convocado em tempo hábil, ninguém aparece. Ou aparecem os de sempre. Agora, é porque não "houve tempo".
Será que se fosse convocado como o Felipe propõe, com pauta mandada por e-mail, com os trâmite seguindo o que manda o figurino, num dia de semana sem estar próximo a um feriado, haveria o devido quórum e as discussões seriam pertinentes? Como eu não acredito em Papai Noel e nem em bilhete premiado, continuo na dúvida.

FRPereira disse...

Por que a maioria do servidores públicos deprecia sua própria imagem, tratando o servidor como um mala que só faz passar o tempo e fica esperando o dia 25 para receber seu belo salario. Na verdade, acho que ele quis falar dos Cargos Comissionados. Eu trabalho pra CRLHO e ganho com certeza menos que eu deveria receber.

No mais, se o Conselho do Avaí não funciona é culpa exclusiva de seus conselheiros que vivem batendo de ombros sobre as questões do clube.

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