Jogar nas costas da torcida é mau negócio, by S. Santos

A torcida do AVAÍ, como todas as demais torcidas no mundo, tem o direito de manifestar-se. É aclamada quando recepciona extraordinariamente um grupo aguerrido de atletas na porta do estádio, quando, por conta própria, leva milhares a um treino para incentivar os jogadores, une-se para salvar o time da desgraça. 

Gera uma receita anual ao clube, só com sócios torcedores, de algo como 7 milhões de reais por ano, sem contar a receita das bilheterias dos não sócios. Há que se contabilizar também a receita que a torcida proporciona com a compra de produtos diversos como camisas e outros artigos. Uma receita considerável. Se não for a maior fonte de receita do clube (e hoje em dia isto é uma realidade na grande maioria dos clubes) , mas ainda assim é uma fonte de receita considerável.  Ainda que não fosse tão significativo este quesito, É  A TORCIDA a razão essencial da existência do clube. E ela sempre responde quando a necessidade assim exige. 

Média de público baixa, tirando os clubes do Nordeste, é uma constante nos clubes brasileiros, sobretudo enquanto os torneios estão no início. Portanto até aí não há muito o que reclamar dos avaianos, pelo contrário. 

Quando a torcida, ou grande parte dela, solicita esclarecimentos, como por exemplo, este caminhão de entra e sai de jogadores no clube nos últimos anos sem se saber os benefícios advindos aos cofres do clube, ou quem esta ganhando o que. Se ela não tem o direito de saber isto, estamos negando o direito de um dos principais acionistas a saber das coisas. Esclarecer as coisas é um alívio para quem nada teme. 

Temos acompanhado com preocupação crescente a resposta a este justo pleito retornar na forma deturpada de agressão. Pijamas, corneteiros, deboches em geral, e agora a responsabilidade pela saída (pelo jeito de forma gratuita aos cofres do clube)  de um jogador de discutível nível técnico, mas  certamente de valor financeiro. 

Nenhum jogador vai para um time de serie A de graça!  

Portanto jogar esta responsabilidade para a torcida é uma atitude perigosa e só nos desanima. O pior, a cara já nem mais fica ruborizada. Não se chuta a torcida. Não o maior patrimônio do clube. A torcida tem tolerado muita coisa, mas esta doeu...

Quem sabe agora, com os milhões portugueses, com a ampliaçãoo do patrimônio também para outros tipos de espetáculos, possamos abrir mão da receita vinda da torcida e por fim dispensá-la, ela só atrapalha os planos.