A necessidade de ser chato, by Alexandre C. Aguiar
Cada vez mais me certifico que as pessoas estão desesperadas. Não sei se o aquecimento global está derretendo o que resta de alguns neurônios, se a chegada do Papai Noel faz as pessoas perderem a bússola ou é vontade de aparecer mesmo. Confesso que não sei. Mas a coisa está tomando rumos entre a demência e a insanidade, com ares de extremo ridículo e uma nostalgia de um passado onde se fazia contabilidade em papel de pão.
Ué, o sujeito que seria contratado como treinador do Avaí resolveu dar um chapéu no clube? Mostrou que o seu valor financeiro é maior que uma palavra? E pediu o boné antes de vir para cá? Que bom! Nos livramos de uma naba. Seria mais um a se mover pelo dinheiro do que pelo trabalho. Mais um a dizer que não atuaria mais porque o seu carro zero ficou sem gasolina. Como muitos encostados por aqui. Como alguns que se dizem avaianos, mas vivem a olhar o saldo da conta bancária. Pois pelo menos o sujeito mostrou as caras antes de assumir um compromisso.
Mas, então, uma corriola se incomodou, achando que o clube foi o culpado. Pelo contrário, ficou bem claro para quem tem ouvidos para escutar, que o orçamento do clube da Ressacada é curto. Fazer leilão para treinador ou para jogador é que não cabe mais. A fila anda e as coisas se acertam mais tarde.
Mas aí, o leitor já deve saber, há uma patuléia que fica empoleirada no pau de galinheiro só esperando um tijolinho à vista cair. A choradeira não quer parar. Seria demais pedir paciência, isso é coisa de chapas brancas e bajuladores da diretoria. Porque ser esperto é ser corneteiro, esse é o lema. Bastou um urubu cagar num quero-quero que as cornetagens vêm em ritmo de Velozes e Furiosos. O famoso “EU NÃO DISSE” tá pronto para ser baixado, basta apertar a tecla.
Estava lendo, também, que há gente reclamando do time que o Avaí pretende fazer. Dizem que será um time de jogadores fracos. Mas nem foram contratados ainda e já se decidiu que vamos disputar a série C? E o pior destas alegações é se dizer o ano todo que a Chapecoense é que sabe contratar, que lá eles fazem time barato e competitivo, que eles, sim, é que são eficientes. E aí, quando a direção avaiana diz que fará um time barato e brigador, falta lencinho no mercado. As reclamações e beicinhos aumentam.
Estas pessoas dizem torcer para o Avaí. Não, lamento, mas não torcem. Elas torcem para seus umbigos.
Olha, eu faria uma coisa, sugestão que já havia dado ao ex-presidente Zunino certa vez. Entregava as chaves para essa patuléia e dizia:
- Se virem. Façam melhor. Façam do jeito que quiserem.
Haja o que houver na Ressacada, pintem o estádio de ouro, tragam jogadores da Champions League, ganhem o catarinense, a Copa do Brasil, o acesso à série A e se faça a melhor campanha das últimas temporadas que ainda assim surgirá um infeliz para dizer que aquele tijolinho que caiu é fruto da incapacidade de se consertar as coisas por lá.
Que me desculpem os enxeridos, mas isso não é ser crítico. Aliás, não é nem mesmo ser corneteiro. Isso é ser muito chato.
O, raça!
* Alexandre Carlos Aguiar é associado do Avaí FC, proprietário do blog Força Azurra e um dos colaboradores do portal Todo Esporte SC
1 Comentário:
Tá Aguiar, mais tu nãos estás preocupado com o Avaí de 2014?tens plena convicção que vai ser um time competitivo? mesmo porque brigador é o mínimo que um cara em início de carreira deve ser, pois "prego" e preguiçoso não tem como ser jogador de futebol. Eu torço que tudo dê certo, mas acho os dirigentes vão ter que chegar perto no nível de competência dos da Chapecoense em 2013, para que tenhamos algum sucesso em campo. O discurso dos dirigentes passa a impressão que eu tenho é que 2014 será para sanar dívidas, deixando a dignidade um pouco de lado...Agora o que os resta é torcer! mas que eu estou bem preocupado, isso eu estou
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