ALEGRIA DE EMPRESÁRIOS, by Roberto Costa

O problema da exportação de craques obedece a uma escala, se repete com os times grandes brasileiros em relação à Europa. Jogadores saem dos times pequenos e médios, esquentam um pouco no time grande e logo são vendidos pro exterior. Isso é o "quente" do futebol de hoje em dia, as glórias ficam para inglês e outros europeus verem.

Se não me engano, foi Abel Ribeiro quem recomendou a contratação do Luciano ao Corinthians, teve olho clínico para enxergar, certamente levou sua graninha. Argel Fucks, quando no Avaí, botou a boca no microfone falando alto e bom som dos atributos do Jailton, e em duas semanas Jailton foi negociado, quando nossa zaga era deficiente. Teria ganho também sua graninha?

O grosso da grana deve sumir nas mãos dos dirigentes eo resultado é o que estamos vendo, futebol medíocre, times de passado histórico, como os grandes do Rio, o Palmeiras, agora o Atlético Mineiro e muitos outros pelo País a fora, por aqui da mesma forma, tudo falido, com salários em atraso. A máquina do Estreito e até o nosso Avaí são sinais desses novos tempos.

Já não temos uma escola brasileira de futebol, como antigamente, que todos tentavam derrotar e imitar, que era calcada muito no virtuosismo do nosso jogador. Exceptuando-se alguns fora de série, como Neymar, que já saem prontos, jogador sai com dezoito anos e vai acabar de se formar na escola Européia, vai aprender fundamentos por lá, aí, quando na nossa Seleção, não é mais surpresa para europeus, é a matéria que eles conhecem bem, as deficiências, os cacoetes, etc. Por isso, não devíamos nos surpreender com  o fiasco na Copa, e os 7 a 1 impostos pela Alemanha encararmos cono um precioso alerta.

Só uma legislação nova, capaz de disciplinar o futebol como um todo e as transações, segundo o interesse brasileiro e não do empresário é que poderá melhorar as coisas. Mas aí há a questão dos lobbyes e outras forças assemelhadas e dificultantes.

Futebol deixou de ser alegria do povo, é alegria de empresários que por vias indiretas até escalam equipes, daí os estádios vazios. E por isso não somos mais os reis do futebol.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC