segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

DISTRAÇÃO, OU TEIMOSIA DO GENINHO? by Roberto Costa

Não se pode fazer uma feijoada sem feijão, qualquer improvisação que não leve isso em consideração redundará em fracasso. Nenhuma outra leguminosa, por mais semelhante que seja, substituirá adequadamente essa que dá nome ao prato.

Da mesma forma, em tudo que se pretenda fazer, alguma lógica, alguma coerência será sempre essencial. Colocar os bois à frente dos carros, por exemplo.

No futebol não é diferente. A lógica, a coerência, têm de estar sempre presentes, dimensionando, alterando, compatibilizando partes ou unidades, visando o resultado almejado. As idéias fixas devem ser descartadas, ficam logo manjadas. Saber surpreender adversários é importantíssimo.

Em 2009, o treinador Paulo Silas do Prado Pereira, ainda novato na profissão, à frente do Avaí, viu-se sufocar por alguns maus resultados, os quais poderiam levá-lo a um naufrágio profissional ainda nos primeiros passos da carreira. Silas não contou tempo, entendeu que mudar era necessário e alterou sua estratégia de jogo, adotando o sistema 3.5.2, com o qual levou o Leão à melhor campanha catarinense da série A.

Há treinadores que estabelecem sua estratégia a partir dos talentos ou características de seus jogadores. A partir do aproveitamento de suas virtudes pessoais montam o esquema de jogo. O driblador, o lançador, o bom no cabeceio, o de bom chute, o veloz, o goleador, cada qual fazendo o que de melhor sabe. Isso me parece inteligente. Mas há os que chegam num clube com o molde plastificado, para fazer seus comandados adaptarem-se a ele. Então, mandam que o lateral eminentemente apoiador faça marcação, que o goleador volte para buscar jogo e outros absurdos mais. 

Não pretendo ensinar música a Beethoven, mas acho que nosso experiente treinador Eugênio Machado Souto, o Geninho, peca nesse aspecto de forçar adaptação de peças inadequadas a seu esquema de jogo, muito especialmente no caso dos laterais. Não temos laterais com características de marcação, mas seguimos jogo a jogo praticando essa impropriedade, apoiadores aflitos correndo atrás, tentando fazer o que não sabem, marcar; com isso oferecendo pelas laterais o mapa da mina aos treinadores adversários. E todos têm aproveitado, e todos têm nos complicado. É distração, ou teimosia do Geninho?

Não sei se o que aqui se escreve tem condições de chegar ao nosso simpático treinador, espero que sim, pois a hora já tarda de revolucionar. Geninho, por favor, com esse elenco, é imperativo jogar no 3.5.2. 

* Roberto Costa é associado do Avaí FC. Arte acima: Internet

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