MAS TINHA... by Byghal

Ontem era o dia de arrematar a série de três vitórias consecutivas, mesmo que com um empatezinho que nos daria mais um pontinho.

Mas tinha Claudinei.

Nossa defesa era uma avenida de três ou quatro vias rápidas, por onde desfilaram os atacantes adversários, fagueiros e impunes.

E tinha Claudinei.

Aos vinte e nove minutos de jogo, quando o placar já era dois a zero para o adversário, o cidadão que transmitia o jogo falou em........Claudinei.

É, tinha, mesmo, Claudinei.

É sabido por todos, menos pelo Kleina, que o Claudinei não tem condições de jogar no Avaí e, muito menos, uma Série A, mas não podemos nem devemos colocar toda a culpa pela derrota no Claudinei.

Nossa defesa já nos primeiros minutos de jogo sinalizava, claramente, que tinha voltado, irreversivelmente, ao normal, mostrando que a marcação, como sempre, não seria sua principal prioridade, principalmente na região frontal.

É evidente a má colocação de nossos defensores, cada bola que se aproxima de nossa área cria, sempre, um rebuliço, um pavor, uma desorientação, um Deus nos acude e, isso, quase sempre, acaba em gol adversário. 

E tinha o Rudnight, que é esforçado, sua a camisa, mas já não cumpre a mesma quilometragem por litro de antigamente.

Não ficou muito claro se o nosso Kleina queria defender ou se queria atacar, resultando, daí, que não se fez, pelo menos no primeiro tempo, uma coisa nem outra.

O Renan Oliveira que vinha melhorando, após o gol do clássico, não produziu muito, então, nosso meio ficou reduzido apenas ao Eduardo Neto e, isso é quase nada.

Então, com vários jogadores dentro de campo mas sem produzir o que se espera, ficou a nítida impressão que o adversário jogava com mais de onze, tal a facilidade com que trocavam passes e entravam em nossa área.

É, tinha Claudinei, tinha Rudnight, tinha Renan Oliveira.

Ai, nessa balada o adversário fez o placar, três a um, e poderia, sem muito esforço, ter-nos aplicado uma goleada histórica, humilhante e inesquecível.

É, mas tinha Vagner.

O Vagner que tanto criticamos por tomar gols que, a nosso entender, poderiam ser evitados com conhecimentos básicos da sua posição, ontem foi nosso melhor jogador, foi quem aceitou a derrota, mas não aceitou a goleada, o vexame, que para a defesa, pelo que apresentou, estaria de bom tamanho.

Eu ainda acredito que podemos ficar na Série A, considerando que de dez jogos a gente só precisa ganhar quatro, mas é preciso jogar. 

É preciso jogar. Jogar é preciso.

Byghal.

* Luiz Augusto "Byghal" da Costa é associado do Avaí FC. Arte acima: Renan Cwb