A LEITURA DO JOGO, by Roberto Costa

A mente maleável de Geninho parece que mudou mesmo para melhor o time do Avaí. Já pedíamos o pescoço de vários jogadores, e Geninho, com o mesmo plantel tornou aguerrido, competitivo o nosso Leão.

No primeiro tempo do clássico de ontem predominou o equilíbrio, mas alguns sufocos dentro de nossa área, bolas rondando à frente de nosso gol, Aranha sendo exigido e fazendo uma defesa em dois tempos verdadeiramente milagrosa, faziam presumir um segundo tempo de muitas preocupações.

Mas não foi o que se viu, muito pelo contrário. Veio o segundo tempo e o panorama do jogo mudou radicalmente, o predomínio do time de Geninho foi incontestável.

Sem muita consistência parte da mídia buscou explicar a grande supremacia do Avaí no segundo tempo através da saída de campo do jogador alvinegro Betinho, que sentiu uma torção de tornozelo. Um chapéu que o aludido jogador aplicou sobre Rômulo, lance ornamento e de pouca importância prática, foi o destaque que apontaram.

A vitória pendeu para o Avaí não pela saída do Betinho, mas por uma questão de leitura do jogo. Geninho fez a melhor leitura e venceu. Percebeu, segundo sua própria explicação, que seu time estava dando excessivo espaço e liberdade a dois jogadores de meio, do time barbie, Zé Antonio e Jorge Henrique e no intervalo, no vestiário, orientou a correção da falha. Com isso, com a marcação ajustada, bloqueou as investidas do time de Milton Cruz, e passou a exercer pressão total, a ponto de registrar 21 chutes a gol.

Vitória no clássico, fora de casa, é de parabenizar todo mundo, do Presidente ao Roupeiro. Muito bom vencer mais uma no Estreito, no salão, como dizemos a troco de pândega.

O time como um todo esteve muito bem, e que bom que Rodrigão começa a pegar ritmo, a se soltar, a produzir alegria.

* Roberto Costa é associado do Avaí FC