domingo, 22 de julho de 2018

#entãoéassimquesemudaojogo? by Antônio C. Salles

by Antônio Carlos Salles

Cerca de três semanas depois de sair da Copa do Mundo na Rússia, despachado pela Bélgica de Roberto Martínez, Courtois, Lukaku, Hazard e De Bruyne, Tite e seus craques sumiram das TV’s e outras mídias onde eram figuras assíduas antes e durante a Copa.

O competente treinador viu na prática a velha máxima popularesca do “perdeu, partiu”, retórica confirmada, em especial, pelo Banco Itaú, empresa que pagou a Tite para usar sua imagem à exaustão, do celular às telas de cinema, com enorme predominância na televisão aberta.

O discurso pautado pelo treinador, exaltado pelo banco e amplificado onde houvesse um singelo jornal de bairro, foi o de Tite das eliminatórias, onde o time brasileiro foi absoluto em suas conquistas depois do desastre de mais uma passagem de Dunga pela seleção.

Na Copa, porém, o mesmo discurso não colou, hesitações foram evidentes e a confiança não se sustentou. Nelson Rodrigues riu da unanimidade.

Nas Eliminatórias faz-se ajustes. Na Copa, manda a atitude. 

O banco, que colou sua imagem à de Tite, foi saindo de fininho assim que o jogo com a Bélgica acabou.

Mas o tom pregador e pastoral das mensagens ficaram que nem grude na rotulagem do Itaú.

Se o que a campanha publicitária queria era o “resgate da confiança na Seleção Brasileira”, como reverberado pelo copy&paste do mídia-kit nos principais meios, não foi dessa vez.

Talvez aconteça dentro de pouco menos de um ano, em 7 de Julho do ano que vem, quando será disputada a final da Copa América, aqui no Brasil.

Mas até lá, #queremossaber, irá o Itaú se arriscar novamente nessa comunicação de linha muito tênue?

Menos mal que a imprensa esportiva fez logo um robusto cordão de isolamento sobre o treinador exigindo sua manutenção à frente do time, certamente porque conhece as raposas que cuidam do futebol brasileiro e sabe como são afeitas à vilania de ocasião.

E Tite, #seráqueaprendeucomofuncionaessejogodacomunicacao?

*Antonio Carlos Salles é jornalista e executivo em São Paulo

Fonte: Blog do Juca Kfouri

1 Comentário:

Bruno Lapolli disse...

Não vejo nenhum demérito no posicionamento do Itaú neste aspecto, pois de fato houve um crescimento no apreço pela seleção brasileira desde 2014.

A mídia esportiva no geral é que costuma fazer observações deletérias em relação aos clubes, bem como à seleção brasileira.

A maior parte dos torcedores são manipuláveis pelos meios de comunicação e não conseguem enxergar além daquilo que o "jornalista esportivo" fala.

Creio que esses termos, "pregador e pastoral" fora difundidos como uma defesa prévia dos comentaristas, pois se ganha confirma-se como uma espécie de previsão, do contrário utiliza-se como um deboche.

A Alemanha muito embora tenha feito uma campanha pífia a imprensa alemã não se ocupou de esmagar o futebol alemão como um todo e reconheceu falhas nas condutas do treinador.

Bom, essa pegada publicitária deve continuar com menos ímpeto, até que o senhor Tite comece a surpreender novamente.

Como se diz, "não há essa de publicidade negativa", afinal tanto se comentou sobre a "decadência" de Neymar e o que eu apenas vejo é ele ganhando mais espaço para mostrar as marcas que ele representa, afinal a tendência é ele manter os bons resultados dentro de campo.

Esse aproveitamento da "mídia negativa" é passageira e essa imagem ruim do Neymar durará até o final de agosto e após dezembro o Tite volta a retomar o seu espaço no coração da imprensa.

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