DE COMO INVENTAMOS O CONGELAMENTO DE IMAGEM, by RC
E não era pouca coisa o nosso campinho, até Oberdan Vilain, esse mesmo, que jogou com Pelé, aparecia de vez em quando e conosco corria atrás da redonda. É provável que tenha aprendido alguma coisa conosco, rsrsrs...
Mas, coisa curiosa, relativa a nosso campinho, é que apareceu certo dia um garoto, o qual sentou-se atrás de um dos gols e ali permaneceu, silencioso.
Deu-se então, nesse dia, que apenas um atleta aceitou jogar no gol, todos os demais queriam correr. E como não se poderia jogar apenas com um goleiro, convidou-se o garoto para exercer a função maldita do jogo. Ele aceitou prontamente.
Então, alguém que conhecia o garoto disse: Não vai dar certo, ele sofre de epilepsia e a toda hora tem um ataque. Mas o que importava era jogar. E o colocamos no gol.
Nas duas primeiras convulsões do garoto o time adversário aproveitou-se, chutou e fez dois gols. O time prejudicado protestou estabelecendo o impasse. Não tinha graça jogar assim.
Solução encontrada: Toda vez que o goleiro entrava em transe alguém gritava: Pára! E o jogo parava, congelava. Quem estava com a bola punha o pé sobre ela, todos mantinham-se estáticos, a atenção voltada para o goleiro. Assim que os espasmos acabavam e o goleiro tomava de novo consciência do que fazia, o jogo reiniciava, ao natural. Com esse sistema, o garoto tornou-se parte da turma e parceiro no jogo.
Como se pode ver, com algumas décadas de antecipação havíamos inventado o congelamento de imagem, do qual se aproveitou a televisão, nesses tempos de hoje, de ultra-modernidade.
* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC
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