BRUSQUE, A CHAPE, O TÍTULO, by RC

O rascunho da decisão estava pronto desde o final do jogo em Chapecó, faltava apenas a Chape dar-lhe as cores e os contornos definitivos em Brusque, na finalíssima, o que ocorreu ontem.

A meu ver, a concepção da estratégia para a disputa final, definida pelo Brusque, foi equivocada. Faltou-lhe humildade, ou o senso do real no primeiro jogo. Vi um Brusque por demais altivo, propondo-se a enfrentar a Chape fora de casa, de igual para igual. Aí o seu erro.

Pelo que já vinha apresentando o time do Oeste dentro de campo, um futebol vigoroso, era evidente que enfrentá-lo em Chapecó sem as necessárias cautelas seria erro, times da série B o respeitaram. Com alguma humildade e um sistema de retranca, o Brusque poderia ter, quem sabe, obtido um empate sem gols, o que obrigaria a Chape a sair pro jogo na finalíssima. Nas condições em que perdeu a primeira disputa, por dois gols de diferença, as dificuldades se acentuaram, o adversário jogou tranquilo a derradeira e ditou o ritmo.

Parabéns à Chape. Título Estadual é valioso.

Mas a Chape chora dificuldades que diz estar enfrentando, ainda decorrentes do lamentável desastre aéreo. É assunto que excita a curiosidade de todos que acompanham nosso futebol. Quando a regra é a carência financeira complicar os resultados em campo, eis que sua diretoria consegue reverter essa equação, vencer com sobras o título Estadual e ser destaque no padrão superior, da série B. Ou o time de administradores do clube é também poderoso, ou milagroso, ou a crise é, para usar uma palavra da moda, fake. 

E como explicar um time sem crise financeira, que vive a patinar no escuro?

 * Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto: Márcio Cunha/ACF