Bom dia, Azurras - nº 4.253

A BASE PRECISA MUDAR

Transcorria o ano de 2012, quando o Avaí conquistou seu 16º título de campeão Catarinense, sob o comando do técnico Hemerson Maria e a genialidade de Cléber Santana no meio de campo, cujas finais foram em dois jogos, com um sonoro 3 a 0 na Ressacada, e 2 a 1 no Orlando Scarpelli.

 

Mas o foco do meu comentário nem é o título daquele ano, mas sim o que acabamos de acompanhar do Avaí na 52ª Copa São Paulo de Futebol Júnior, e parafraseando meu amigo Roberto Costa, nosso time não empolgou.

 

Creio que as categorias de base do Leão da Ilha precisam mudar urgentemente. Esses “esquemas” que salientei nesse espaço durante a semana acabam por comprometer a real intenção do clube, que é revelar valores para o profissional, e por isso nem lamento a eliminação diante da Lusa.

 

Acompanhei as matérias divulgadas no site do clube sobre o elenco que viajou para São Paulo, o que de certa forma confirma aqueles encontros fortuito com esses “boleirinhos” na Ressacada, nos dias de jogos.

 

Ao que parece, está faltando um pouco mais de braço forte no comando da base avaiana. Esses projetos de atletas, de pouca personalidade, se deixam envolver pelo que veem nos outros clubes e até dentro da Ressacada, onde os “boleiros grandes”, alguns já com o boi na sobra, se enchem de tatuagens, descolorem o cabelo, penduram brincos e uma série incomensurável de “modinhas”...

 

Na “moda”, certamente eles estão, mas esquecem do principal, que é jogar bola, como aconteceu nos jogos contra os paulistas na Copinha...

DOIS EXEMPLOS, DOIS DESTINOS

E voltando ao ano de 2012, quando meu amigo Abelardo Nunes Lunardelli, da época de colégio, era presidente do Clube Náutico Marcílio Dias, e tinha como técnico Jamelli, ex-jogador que começou no São Paulo, passou por Santos, Corinthians, entre outros clubes, que havia trazido muitos jogadores para o Marinheiro.

 

Porém, a vida de Jamelli no comando do rubroanil foi curta, tendo sido demitido após quatro jogos com pouco sucesso.

 

A partir dali, o Marcílio Dias tentou uma reformulação no elenco, conseguindo junto ao Avaí o empréstimo de dois laterais, na direita, Rodinei, na esquerda, Léo Campos, ambos na faixa de 19-20 anos.

 

Lembro que Lunardelli me disse uma vez: “O Rodinei fez em 45 minutos muito mais do que o lateral que o Jamelli trouxe, mas o Léo Campos parece que não está muito empolgado...”

A CHANCE

Se alguém ainda não identificou os dois laterais emprestados pelo Avaí, posso ajudar. Rodinei, hoje com 29 anos, saiu do Marcílio Dias diretamente para o Corinthians, sem nunca mais ter voltado para o Sul da Ilha, e atualmente faz parte do elenco do Flamengo.

 

Por sua vez, confesso que tinha tido poucas notícias sobre o paradeiro de Léo Campos, também com 29 anos, natural de Antônio Carlos, até que esta semana soube que anotou um gol de falta na vitória do Camboriú sobre o Hercílio Luz, em jogo treino visando o Campeonato Catarinense.

 

Essa gurizada modinha, que resolveu ser jogador de futebol, precisa pensar que a chance de atuar por uma equipe como o Avaí é gigante, podendo abrir portas para um mercado extremamente promissor, desde que levem à sério, respeitem seu corpo com práticas sadias, ao invés de simplesmente ficarem adornando cada milimetro da pele...

INVESTIMENTO

Quando disse que a base avaiana precisa mudar é justamente por motivos como este, que levaram Rodinei diretamente para um centro maior, favorecendo seu empresário, e deixando o Avaí à míngua...

 

O clube precisa se valorizado, e esses projetos de atletas precisam entender que eles são um investimento precisoso, que podem dar um bom retorno ao clube num futuro próximo.

 

No entanto, a permanecer o “status quo” do que temos atualmente no Sul da Ilha, o que deveria ser investimento pode passar a ser apenas gasto...

MOMENTO FAVORÁVEL

Para quem vivenciou a época de Léo Campos e Rodinei no Avaí, como eu, deve lembrar que ambos os atletas eram muito promissores, de boa técnica, mas quis o destino, e não somente ele, que tivessem rumos bem diferentes...

 

Ontem o Avaí anunciou que oito jogadores vindo da Copinha estarão à disposição do técnico Claudinei Oliveira, que poderá selecioná-los ou não, ou seja, é mais uma oportunidade gigantesca que eles vão ter, apesar da pífia participação na Copinha.

QUEM É QUEM

Depois do que escrevi neste espaço dias atrás, sobre a atuação de empresários na base avaiana, tratei de buscar algumas informações sobre esses felizardos, que estarão à disposição do treinador do Leão.

 

São eles:

 

- Goleiro: João Vitor de Oliveira (João Vitor): Avaí tem 100% dos direitos econômicos;

 

- Zagueiro: Raul Sudati Dornelles (Raul): 80% do Avaí;

 

- Zagueiro: Felipe Florêncio da Silva (Lipe): 100% do Avaí;

 

- Lat. Direito: Igor da Silva Dutra (Igor Dutra): não aparece no Balanço Patrimonial publicado em abril de 2021;

 

- Meia: Andrey Felisberto dos Santos (Andrey): 100% do Avaí;

 

- Meia: Arthur Neves Scheles (Macaé): 95% do Avaí;

 

- Atacante: Gustavo Santos Simões da Silva (Gustavo): não aparece no Balanço Patrimonial publicado em abril de 2021;

 

- Atacante: Gustavo de Oliveira Modesto da Silva (Modesto): 100% do Avai.

ESCLARECENDO

Apenas para lembrar, as informações que coloquei acima foram embasadas no Balanço Patrimonial publicado em abril de 2021, cuja data de abrangência pegava vínculos contratuais com o clube até 31 de dezembro de 2020.

 

Dessa forma, a única explicação plausível para que os nomes de Igor Dutra e Gustavo não tenha aparecido no balanço publicado é que firmaram contrato em data posterior.

 

Vida que segue...

FOCO NO AVAÍ

Comentei por aqui nesta semana, que depois “doladelá” se transformou em SAF, presidido por um “letrado”, é bom o presidente avaiano, Júlio César Heerdt, focar suas forças nos interesses do Avaí, deixando aquelas entrevistas com colunistas sociais e “especialistas” de lado...

 

A blindagem para a “mídia especializada” já começou, ao ponto de terem divulgado sobre o jogo-treino com o Brusque, conforme orientação da assessoria de imprensa da SAF, que detém o “direito de informações e também das opiniões dos jornalistas”, nota de que foi “equilibrado com chances de gols para os dois lados”...

 

Waguinho Dias, técnico do Brusque, não concorda:

 

“Nós não estávamos trabalhando para este jogo-treino, mas para a estreia no estadual. Treinamos forte essa semana, então não iria exigir a parte física, mas a parte tática eu exigi. O resultado não mostrou a realidade do que foi. Tivemos muitas chances de gol. Mas é normal, no início, os atletas não estarem 100%.”

 

Entendi...

Saudações AvAiAnAs!