QUEM VAI RIR? QUEM VAI CHORAR? by RC

Trazer reparos ao desempenho de uma entidade pela qual se declarou "paixão pra toda vida" é sempre um pouco complicado. Mas tapar o sol com uma peneira é adiar problemas. Por outro lado, não apontar equívocos, ou deficiências que vêm se repetindo é conspirar contra a própria paixão. A gente tenta não pecar por omissão, pelo menos isso.

É verdade que o treinador Alex peca pela condição de aprendiz, acrescida da sua dificuldade de contaminar de emoção o grupo de atletas do Avaí. Mas penso haver um outro problema mais grave, a baixa qualidade individual de boa parte dos atletas. Creio ser esse o fator mais difícil de superar e o que mais dificuldades vai gerar ao longo do campeonato.

São visíveis e notórios os lances apressados, mal concebidos, às vezes sem nexo. No jogo de ontem, frente ao Criciúma, segundo tempo, já o time perdendo de um a zero, com um jogador expulso, um atleta do meio-campo tendo um companheiro livre pela ponta, tenta passar a bola em direção ao parceiro que corria pelo meio, e tenta fazê-lo enfeitando o lance, passe de "letra". Resultado, deu a bola ao adversário, que armou perigoso contra-ataque. 

O jogador expulso também não precisava impor aquela total energia num lance de meio-campo. Tem o atleta que saber se precaver, no interesse do Clube e seu próprio. Enfim, vejo com preocupação o próximo final deste ano, quando as decisões vão se apurar e apontar quem vai rir e quem vai chorar.

Tudo bem que ainda demos uma bola na trave, chute do Waguininho, de longe. Esse moço tem alguma vocação de artilheiro. Curioso é que o Criciúma pareceu "pregar" fisicamente nos dez minutos finais. 

Detalhe muito importante: O goleiro do Avaí fez uma grande partida, talvez o melhor em campo, mostrou estar em forma, evitou uma derrota mais humilhante.

* Roberto Costa, o "RC", é associado do Avaí FC. Foto: Celso da Luz / Criciúma E.C.