sábado, 23 de dezembro de 2023

Bom dia, Azurras - nº 4.956

UMA PEQUENA REFLEXÃO

Até em função da data, foi fácil acompanhar a final do Mundial de Clubes, e como avaiano, tenho uma eterna gratidão pelo Tricolor carioca, se é que me entendem...

 

Efetivamente, com a bola rolando, e aqui nem considero os 40 segundos para o surgimento do primeiro gol do time inglês, as diferenças estavam muitos evidentes...

 

O placar final de 4 a 0 não foi construído apenas por uma razão ou outra, mas por toda uma estrutura que tem o Fluminense, e outra, logicamente mais favorável, que envolve o time de Manchester.

 

Quer queiram ou não, há uma diferença abissal entre o que se joga nas Américas e em relação ao que se joga na Europa, e o Manchester City é, verdadeiramente, uma verdadeira “seleção mundial”.

 

Não há demérito na perda de título do Fluminense, mas há, sim, um escancarado desequilíbrio de forças, e aqui nem vale colocar qualquer paixão. São superiores em todos os quesitos!

 

Quantos “ingleses” formam o elenco dos “Citizens”? Uma grande minoria, diga-se de passagem...

 

Quantos “estrangeiros” formam o elenco “Pó de Arroz”? De imediato, penso em dois, mas nem preciso seguir nessa toada...

 

Fato é que, e é uma tendência ainda mais “visível”, futebol, se faz com o “cofre cheio”, e a melhor maneira para isso, é buscarmos uma liga extremamente forte e organizada, não essa enganações que temos hoje, Liga Forte Futebol e Libra. E aqui, um elogio ao presidente do Avaí, Júlio César Heerdt, que sempre disse que o atual momento nada temos, muito menos uma “liga”...

 

O que está valendo hoje, e isso é fato, é a busca de dois grupos por maiores vantagens no direito de transmissão, e convenhamos, estamos muitos longe disso...

 

Crucificar o Fluminense? Jamais!

 

É tão vítima quanto todo o sistema como está envolvido o futebol brasileiro, assim como nas Américas, que não dispõe de estrutura e poder financeiro como tem os europeus, notadamente ingleses, alemães, espanhóis e italianos.

 

Vida que segue!

 

Parabéns, Manchester City!

 

Parabéns, Fluminense!

 

DISPARIDADE

Os dados são cruéis, mas até mesmo para marcar um gol nos europeus está complicado. Vejamos desde que o Corinthians conquistou o título, em 2012, a disparidade é enorme, de nessas 12 decisões, com 5 brasileiros envolvidos, marcamos dois gols... 

 

Confira:

 

01    - 2012 - Corinthians 1 x 0 Chelsea (ING)

02    - 2013 - Bayern de Munique (ALE) 2 x 0 Raja Casablanca (MAR)

03      - 2014 - Real Madrid (ESP) 2 x 0 San Lorenzo (ARG)

04      - 2015 - Barcelona (ESP) 3 x 0 River Plate (ARG)

05      - 2016 - Real Madrid (ESP) 4 x 2 Kashima Antlers (JAP)

06      - 2017 - Real Madrid (ESP) 1 x 0 Grêmio

07      - 2018 -  Real Madrid (ESP) 4 x 1 Al-Ain (EAU)

08      - 2019 - Liverpool (ING) 1 x 0 Flamengo

09      - 2020 - Bayern de Munique (ALE) 1 x 0 Tigres (MEX)

10      - 2021 - Chelsea (ING) 2 x 1 Palmeiras

11      - 2022 -  Real Madrid (ESP) 5 x 3 Al Hilal (ARA)

12      2023 – Manchester City 4x0 Fluminense

 

DINHEIRO

Não estou aqui querendo chamar atenção para o que vem pela frente, mas está bem óbvio. O futebol se faz com muito dinheiro, e seguirá sendo ainda mais dessa foram...

 

Enquanto nossos clube estão brigando por melhores direitos de transmissão, muito longe de uma liga forte e organizada, ficaremos assim, achando que podemos competir com quem “manda”...

 

É um alerta para clubes como Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Corinthians, que já alcançaram um patamar diferenciado no nosso “chão”, mas seguem aquém do que dita o mundo...

 

Ou se constrói um futebol brasileiro forte, ou seguiremos nessa toada fracassada da última década...

 

OLHAR ATUAL

Se alguém está achando tudo isso muito engraçado, basta ver o que as equipes estão investindo para 2024, notadamente aquelas que disputarão o Campeonato Brasileiro da Série B...

 

Sem “atravessar” o ritmo, fica fácil citar quem investirá no futebol muito mais do que o Avaí...

 

E não vou entrar aqui no mérito da questão, mas clubes como América-MG e Coritiba, já transformados em SAF, trataram de inflacionar o mercado, e outros, como Goiás e Santos, nos moldes convencionais, tratam de contratar pelos “milagres” que ninguém conta...

 

Outras, mantidas na competição, com sede de subir e com bom respaldo financeiro, observam o mercado e a vida...

 

MESMO RITMO

Até pela conquista da Copa do Brasil de 2007, sou eternamente grato ao Fluminense, e por isso gostaria de vê-lo campeão mundial de clubes, fato que não aconteceu, ainda que tivesse torcido para que a conquista se realizasse...

 

Da forma como as coisas estão estabelecidas, aqui e lá, na Europa, não há dúvidas de que teremos a perpetuação desse abismo econômico e técnico entre nossos clubes e os deles...

 

Alguém duvida?

 

O futebol exige muito mais, e o que serve “aqui”, certamente não é “carimbo” para servir lá fora...  



Saudações AvAiAnAs! 

1 Comentário:

Roberto disse...

O pessoal da mídia, resonsável pela transmissão da final do Mundial apresentou uma explicação que me parece muito procedente. Que o futebol brasileiro em época de fim de ano,
data dos jogos decisivos, está em fim de temporada, ou seja, jogadores em estado físico e mental desgastado, ao passo que a turma da Europa está em meio de campanha. É claro que isso tem a ver com as diferenças de preparo físico entre os contendores. RC.

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