Bom dia, Azurras - nº 5.003

SABOR AMARGO

Creio que não há como fugir dessa sensação de um sabor amargo com o empate em 2 a 2 na noite de ontem, na Arena Joinville, onde o Avaí chegou a estar vencendo a partida por 2 a 0, cedendo o empate nos acréscimos.

 

Diria que o primeiro tempo do Leão da Ilha, se não foi primoroso, esteve muito perto do que a torcida avaiana gostaria de ver. Numa partida bem disputada, o Avaí foi impondo seu ritmo de jogo e melhor categoria diante de um aguerrido JEC.

 

Aos 14 minutos, depois de muitas investidas sem sucesso das duas equipes, Maurício Garcez desperdiçou aquele que poderia ter sido o primeiro gol da partida, em lance que estava cara a cara, chutando em cima do goleiro, após triangulação com Pedrinho e Hygor.

 

Porém, para mostrar que as coisas não seriam tão fáceis assim, o ex-avaiano Diego Renan, de longe, quase abriu o placar. Mas aos 19 minutos, num passe espetacular de Garcez, Hygor não teve trabalho para beijar a rede joinvilense: Avaí 1 a 0.

 

Com a vantagem no placar, o Avaí seguiu mandando nas ações, o que não impediu que numa bobeira de Ronaldo Henrique, Muriqui obrigasse Igor Bohn a fazer uma bela defesa para escanteio.

 

Um pouco mais tarde, aos 31 minutos, porém, em escanteio para o Avaí, Giovanni cobrou, a zaga do JEC deu rebote, com a bola caindo para o meia avaiano outra vez, que cruzou rasteiro para Douglas Bacelar ampliar: Avaí 2 a 0.

 

No lance seguinte, o Coelho quase descontou, mas parou nas intervenções de Douglas Bacelar e Igor Bohn, que garantiram a vantagem na etapa inicial.

 

Para o segundo tempo, o JEC voltou melhor, e sem ser brilhante, mas tendo mais intensidade na marcação, acabou acuando o time do Avaí, que foi paulatinamente perdendo terreno, ainda que, fosse o Leão da Ilha quem criasse as oportunidades mais contundentes, como com Kevin e Poveda, que tiveram chances claras de ampliar o placar.

 

No melhor estilo “quem não faz, leva”, aos 38 minutos, num dos ataques do time do Norte do Estado, em jogada de bela feitura, Yuri Mamute recebeu a bola na área avaiana, dominou, girou, e sem deixar a redonda cair no chão, fuzilou o gol de Igor Bohn: JEC 1 a 2.

 

O gol parece ter deixado o time avaiano anestesiado, e era questão de tempo para que algo pior pudesse acontecer. Modesto ainda tratou de desperdiçar um bom ataque avaiano, quando estava num disputa de três jogadores do Avaí contra três do JEC, optando erradamente por chutar de longe, para fora...

 

Aos 45 minutos, uma saída errada de Igor Bohn, quase deixa o placar igual, mas o pior viria 3 minutos depois. Em cobrança de falta, bola alçada para a área, há o corte da defesa avaiana, com a bola caindo para Modesto na linha da grande área, mas o atacante perde o domínio da bola, há o chute ao gol, Igor Bohn deixa a bola escapar, e no rebote, Antônio Porto empatou: 2 a 2.

 

Não havia tempo para mais nada, exceto lamentar a vitória que escapou em função de um segundo tempo em que o Avaí esteve irreconhecível, deixando um empate com gosto amargo.

 

Poderia ter sido uma grande noite!

Foto: Léo Piva - Avaí FC

 

GABARITEI

Sem qualquer tipo de informação privilegiada, bom que se diga, acabei gabaritando a escalação do Avaí na partida de ontem à noite em Joinville, contra o JEC, quando o técnico Eduardo Barroca colocou em campo a seguinte equipe:

 

Igor Bohn

Kevin, Douglas Bacelar, Roberto e Mário Sérgio

Ronaldo Henrique, Willian Maranhão e Giovanni

Pedrinho, Hygor e Maurício Garcez

 

Na segunda etapa, aos 17 minutos, João Paulo e Gabriel Poveda, nos lugares de Giovanni e Pedrinho, respectivamente. Um pouco mais tarde, aos 28, Modesto substituiu Hygor.

 

E aos 35, as duas últimas substituições, Andrey e Judson nos lugares de Maurício Garcez e Ronaldo Henrique, respectivamente.

Foto: André Palma Ribeiro - Avaí FC

 

ZAGA

Se até então tínhamos uma zaga que vinha falhando continuamente, ontem creio que foi a que menos falhou. Douglas Bacelar e Roberto, longe de serem perfeitos, não fizeram uma partida ruim, apesar de mantida a assustadora média de levar dois gols por jogo.

 

Já escrevi aqui algumas vezes, que Douglas foi o melhor zagueiro do ano passado (sem contar Didi), mas as lesões parecem comprometer melhor desempenho. No gol de Yuri Mamute, seu erro foi ter dado espaço ao atacante, permitindo o giro, ao invés de chegar junto.

 

O tão criticado Roberto, ao menos no meu entendimento (já recebi alguns relatos reclamando dele na partida de ontem), fez uma partida dentro da normalidade, sem comprometer.

 

Para enfrentar o Tigre, creio que seja a melhor formação para a zaga, ou se tivermos o retorno de Jonathan Costa, que é mais lento que Roberto. Douglas e Jonathan juntos tem menos velocidade.

 

POVEDA

Não vou entrar no mérito da qualificação do atacante Gabriel Poveda, até porque tem um histórico de goleador, parece ser um cara do “bem”, agregador, bem de grupo, e todas aquelas coisas que se ouve no meio do futebol, mas...

 

Em mais um jogo, o outro em lance semelhante foi contra o Internacional, Poveda recebe a bola sozinho para marcar e ser feliz, com o Avaí em vantagem no placar, e outra vez desperdiça uma oportunidade de ouro...

 

Ontem, aos 22 minutos da segunda etapa, quando já havia entrado no lugar de Pedrinho, recebeu um belo passe, arrancou com a bola dominada, invadindo a área, mas acabou concluindo mal, permitindo a defesa do goleiro.

 

Não estou dizendo que é um jogador que não serve, mas está com uma dificuldade enorme para concluir ao gol adversário, e até por isso perdeu a titularidade para Pedrinho, que tem sido muito mais eficiente.

 

DEVENDO

As substituições no Avaí começaram aos 17 minutos do segundo tempo, com Poveda e João Paulo entrando nos lugares de Pedrinho e Giovanni, respectivamente. E foi a partir dali, que o Avaí teve uma queda brusca de rendimento, ou ainda maior.

 

Ainda que respeite o futebol de João Paulo, e até entendo que poderia ter vindo no ano passado, ao invés de ter ido para o CRB, mas o bom paraibano ainda não justificou seu retorno ao Sul da Ilha.

 

Verdade seja dita, nenhuma das cinco substituições fizeram a diferença, bem pelo contrário.

 

SEM RITMO

Não estou aqui colocando a culpa somente nos que entraram no decorrer da partida, mas está visível que algumas contratações ainda levarão um bom tempo para dar alguma alegria ao torcedor avaiano, e entre eles, Judson.

 

O festejado volante avaiano ainda sente a falta de ritmo por ter ficado ausente boa parte da temporada passada, onde inclusive passou por cirurgia, comprometendo um melhor desempenho. Nesse caso, se Barroca queria mudar a equipe, e ainda com 2 a 0 no placar, melhor teria sido colocar alguém como Wanderson, como disse nosso comentarista do podcast “Corneta Avaí”, Fyllipy Margino, mas a jovem promessa da base nem foi relacionado...

 

ALTERNATIVA

E outra vez em conversa com o Fyllipy Margino, concordo com ele quando disse que para o lugar de Giovanni, titular inquestionável da equipe, fofinho ou não, quem deveria ter entrado era Rafael Gava, que se até agora também não foi o que dele se esperava no Avaí, ao menos marca e sabe armar muito mais do que vem apresentando João Paulo em suas entradas na equipe.

 

Fato é que outra vez, com um jogador disponível no banco, Barroca não fez a melhor opção, sendo que para o lugar de Giovanni, até mesmo Andrey poderia ter entrado, que é mais sua posição, mas o treinador quando colocou o jogador oriundo da base avaiana, o fez no lugar de Maurício Garcez, no ataque, fora de suas características.

 

ASSUSTANDO

Comentei aqui esses dias, que tenho gostado muito do futebol de Ronaldo Henrique, mas nos últimos tempos, e disse isso também, seu futebol não tem sido o mesmo da estreia.

 

Contra o Inter de Lages, o primeiro gol do time serrano ocorreu em função de uma saída de bola errada feita por ele. Ontem, quando o jogo já estava 1 a 0 para o Avaí, Ronaldo Henrique perdeu um lance tolo para Yuri Mamute, que tocou para Muriqui, obrigando Igor Bohn a “operar” um milagre...

 

No momento, Ronaldo Henrique ainda é o titular, mas precisa estar mais atento ao jogo.

 

CAINDO

A 6ª rodada do Campeonato Catarinense ainda não terminou, mas com os resultados de ontem, o inesperado empate no Norte do Estado, com requintes de crueldade, fez o Avaí perder a segunda posição para o Marcílio Dias.

 

Nada é tão ruim que não possa piorar, e com os jogos de hoje, e caso o “parafuso tricolor do Canto” vença o Hercílio Luz por uma diferença de 3 gols, o Leão da Ilha cai para a quarta posição...

 

Fato curioso pode acontecer na partida que abre a noite de futebol, Internacional x Nação: se houver um vencedor, a Chapecoense de Claudinei Oliveira termina a 6ª rodada na “zona de rebaixamento”...

 

PARALELO

Se fizermos um paralelo em relação ao ano passado, quando o Avaí de Alex de Souza conseguiu 9 pontos em seis rodadas, entre eles o inesquecível 4 a 0 no Clássico, não há dúvidas de que o time de Eduardo Barroca está melhor, 11 pontos ganhos no mesmo número de rodadas.

 

A participação do Leão da Ilha na segunda fase está perto, mas não garantida. Em 2023, com 12 pontos, o “parafuso tricolor do Canto” foi o último classificado às Quartas de Final com 12 pontos ganhos, mas o Coelho, com a mesma pontuação, acabou não classificando...

 

Creio que, se Barroca conseguir ajustar alguma coisa no sistema defensivo do time, o Avaí carimba o passaporte às Quartas na partida contra o time do presidente da FCF, aquele ser desprezível...

 

SEM NOÇÃO

Não há o que dizer sobre esse senhor chamado Rubens Renato Angelotti, que responde como mandatário da FCF, que vem fazendo um desserviço ao futebol de Santa Catarina, tratando uma instituição como o Avaí Futebol Clube de forma leviana.

 

Suas afirmações no programa da CBN na terça-feira, mostrando uma autoridade que não tem, sendo arrogante e prepotente diante dos interesses de um de seus filiados, e mais que isso, mostrando uma falta de visão gigantesca para com nosso maior produto, evidencia ainda mais que não tem qualificação para exercer o lugar em que está.

 

Seu depoimento ontem, no “Marcou no Esporte” do Fabiano Linhares, escancarou seu desamor para com as coisas do Avaí e seu presidente Júlio César Heerdt. Visivelmente destemperado por ter sido contrariado e ver seu time jogar na próxima segunda-feira, o tal Rubinho reclama por estar com o fiofó assado...

 

Sugiro amarrar a língua desse senhor, que não sabe o que diz, e se alguém quiser ajudar, diz pra passar um pouquinho de Hipoglós que ajuda na assadura...

 

CUSPINDO

Se forem fazer um levantamento, fica fácil constatar, e isso vem acontecendo seguidamente nas partidas em que o Avaí joga fora de casa. O maior público do Hercílio Luz foi na partida contra o Leão da Ilha, assim como o do Inter de Lages semana passada.

 

Ontem em Joinville, não foi diferente. Contra o Marcílio Dias, na estreia da competição, o JEC teve 4.530 torcedores, e depois outros 3.755 na partida contra o Internacional.

 

Como eu havia escrito na “Bom dia, Azurras” de ontem, além de uma boa campanha, o adversário era o Avaí e a Arena Joinville recebeu 6.098 torcedores.

 

Portanto, seu otário mandatário da FCF, cala a tua boa e respeita o Avaí Futebol Clube, porque o que estás fazendo é cuspir no prato em que comes, velho safado!

 

 

Saudações AvAiAnAs!