LEÃO SE CONSOLIDA COMO CLUBE DE SÉRIE B, by Marcos da Trindade

Capacidade de recursos e tamanho de torcida são limitantes, a não ser que se adote um novo modelo.

 

Acesso, no atual momento da realidade do futebol brasileiro, serve apenas para massagear o ego e se frustrar no ano seguinte.

 

Essa é a realidade.

 

A guerra da série A comporta atualmente somente clubes com torcidas (e portanto influência na mídia, na arbitragem e nos interesses comerciais) muito muito superiores a nossa. Ou que tenham investidores de porte.

 

Muito legal dizer que nossa torcida é apaixonada, de fato é mesmo. Mas qual não é?

 

Exemplo prático e próximo aqui o do vizinho, na maior M, com um time ridículo, anos seguidos de fracassos e série C e a torcida com média de público maior que a nossa (mudemos de tópico pra não passar vexame).

 

E aí vem os puristas ou saudosistas, como queiram achando que só fazer um bom elenco basta. Isso é só uma fração da solução. Subimos algumas vezes, muito mais na garra do que na bola (exceção a estupenda campanha 2008/2009 que nos encheu os olhos). Mas nas outras foi subir e tomar só lambada na série A.

 

Por óbvio caprichar na construção de um bom meio de campo ajuda. Não adianta trocar 30 treinadores e não trazer gente diferenciada para o meio. Mas, novamente isso é parte do problema. Pois se conseguir essa façanha (a de um bom elenco) em pouco tempo outros clubes levam.  E por que? Porque tem orçamento superior. E mesmo gente com orçamento infinitamente superior ao nosso está passando cortado pra não cair para a série B.

 

Mas o que traz maior longevidade de permanência é um suporte financeiro estabilizado.

 

Por isso o modelo instalado no clube tem que mudar. Senão vai ser isso aí. A cada 3… 4 anos sobe no sufoco e desce no ano seguinte. Isso f… com o fluxo de caixa dos anos seguintes… Taí a nossa dívida. E a de tantos.

 

Bragantino nem torcida tem mas mudou o modelo. Outros também o estão fazendo.

 

Só reclamar do time em campo não fará o clube mudar o patamar.

 

Reclama-se dos jogadores, dos que os contratam, mas fato é que isso é consequência. A causa está na mudança do modelo de investidores do clube. Se não seguirmos essa tendência, que já é uma realidade aos olhos daqueles que querem realmente enxergar, tudo será só palavras ao vento e ficaremos para trás. Até da série B.

 

E já estamos atrasados.

 

Não precisam me ofender ou me ligar ameaçando, como já fizeram em outras vezes, os que por qualquer interesse discordem. É minha opinião. E no Brasil hoje ter opinião diferente parece que é ameaça à democracia, piada.

 

Ao invés de ameaçar que tal um diálogo. Assim o clube cresce.

 

A mudança do modelo tem que acarretar a mudança dos nomes no comando.

* Marcos da Trindade é associado do Avaí FC